segunda-feira, 26 de setembro de 2011

José Sarney é alvo de críticas no Rock in Rio

 

Capital Inicial dedica música 'Que País É Esse?' para José Sarney, uma semana depois de provas contra o filho dele terem sido anuladas

 
AE | IG

    Uma semana após ter o filho, Fernando Sarney, beneficiado por decisão judicial em processo que apura corrupção, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi alvo de críticas no maior evento musical do ano no Brasil, o Rock in Rio. A banda Capital Inicial dedicou a música "Que País É Esse" especialmente a Sarney durante críticas a "oligarquias que parecem ainda governar o Brasil" e a políticos.
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    "(Oligarquias) que conseguem deixar os grandes jornais brasileiros censurados durante dois anos, como O Estado de S. Paulo, cara. Coisas inacreditáveis", disse o cantor da banda, Dinho Ouro Preto, ao anunciar a música. "Essa aqui é para o Congresso brasileiro, essa aqui, especial para José Sarney", nominou o cantor, perante um público estimado em 100 mil pessoas.

    A música "Que País É Esse?" foi composta por Renato Russo na década de 70, quando o País ainda vivia sob ditadura militar. Na época, Renato Russo tinha sua primeira banda de rock em Brasília, Aborto Elétrico, precursora do Legião Urbana. Com versos simples, a música se tornou um hit de protesto e de indignação. "Nas favelas, no Senado/Sujeira pra todo lado/Ninguém respeita a Constituição/Mas todos acreditam no futuro da nação/Que país é esse?/Que país é esse?/Que país é esse?", diz a letra.
     
    O Superior Tribunal de Justiça (STJ), na semana passada, anulou as provas da investigação da Polícia Federal, conhecida por Operação Boi Barrica, por ter considerado ilegais as interceptações telefônicas feitas, com autorização judicial, durante a operação. A decisão do STJ deixa a apuração da PF praticamente na estaca zero.

    As escutas e informações colhidas sobre movimentação financeira levaram a PF a abrir cinco inquéritos e apontar indícios de tráfico de influência no governo federal, formação de quadrilha, desvio e lavagem de dinheiro. Fernando Sarney chegou a ser indiciado.

    As revelações sobre a operação feitas pelo Estado em 2009 levaram a Justiça a decretar censura ao jornal. O desembargador Dácio Vieira, que mantém relações sociais com o senador José Sarney, proibiu o jornal de veicular reportagens da investigação da PF. No sábado do show, a censura completou 785 dias.


    Comentário do autor do Blog.


    A voz dos bons...

              Guilherme A. Dias


    Como fez o senador Cristovam Buarque, que criticou abertamente a omissão e a negligência das autoridades mineiras diante de um fato tão relevante para a nossa sociedade, a greve dos professores, personalidades de outras áreas, a exemplo do Capital Inicial, grupo de rock, citado no texto acima, precisam voltar seus olhos também para o que acontece em Minas Gerais. Aqui a mentira corre solta. Os nossos políticos e demais autoridades, em sua maioria, desprezam e esnobam os verdadeiros trabalhadores. Lembrem-se da frase daquele assessor parlamentar: "Para ganhar R$712,00 reais, eu seria servente de pedreiro". Lembrem-se da decisão do Desembargador. Lembrem-se do empenho do representante do Ministério Público. Lembrem-se...

    Isso não é tudo. Por aqui não faltam figurões, profissionais da política mineira, peitando e inibindo, covardemente, os profissionais da educação. Lembram-se da covarde cena em que um segurança e um conhecido deputado tentavam impedir a entrada de uma professora nas dependências da Assembleia Legislativa de Minas? Pois é. Certamente sentiu náusea quem assistiu à cena. Aquilo jamais poderia ter acontecido com qualquer pessoa, mormente com uma professora, uma profissional que doa sua vida para formar, com seu exemplo, principalmente, o verdadeiro cidadão.

    Entretanto, pensando bem, professora, nas atuais circunstâncias, a Assembleia Legislativa de Minas, com os políticos que têm, embora e infelizmente dependamos deles, é hoje um lugar sujo, viciado, indigno para receber tão ilustre cidadã. Oxalá o futuro reserve a você e aos combativos professores um lugar a altura da dignidade que, orgulhosamente, ostentam. Que lágrimas de alegrias substituam as de dores que rolaram de seus olhos. Aquelas lágrimas molharam o chão de Minas a exemplo do que outrora acontecera com o sangue de Tiradentes. Essas mesmas lágrimas tocaram no mais íntimo de nossos sentimentos e, certamente, vão despertar em nós a convicção de que necessitamos passar a limpo o nosso ESTADO.

    Seu EXEMPLO, professora, totalmente oposto ao de nossos representantes, enche-nos de orgulho. Seu choro, embora nos causasse naquele momento, e ainda nos causará por muito tempo pesar e dor, hoje, considerando as razões que a levaram àquele local, soa-nos como uma melodia, um hino de amor às causas mais nobres. Hino e bandeira de uma heroína que, empunhando apenas um cartaz, protagonizou uma das cenas mais marcantes que aquela casa já presenciou.

    Certamente, professora, seu choro ecoará para sempre no plenário, nas galerias e em todos os cantos da casa que deveria ser nossa, casa do povo, como você mesma disse, mas que, por ironia da própria democracia, somos impedidos de adentrá-la. Não tem problema. Haverá o dia em que nos orgulharemos da política, dos políticos e do nível de politização dessa sociedade que assiste passivamente a essa vergonhosa postura de nossos representantes. É preciso dar um basta nisso.

    As vozes do além-fronteira começam a ecoar. Ontem, Cristovam Buarque. Hoje, o Capital Inicial. Amanhã... Amanhã outras vozes se erguerão. Então, quando o coro dessas vozes se fizer mais forte, não haverá mais choro, lágrimas, dor... Haverá somente alegria, pois a Casa do Povo e o próprio Estado não mais serão espaços para os PARASITAS que hoje os infestam.


    Um comentário:

    Aline disse...

    Adorei o texto, não tenho o que dizer. Concordo em todos os sentidos. São através de pequenos atos (do povo), que vamos mudar essa situação. Nós já não aguentamos mais essa PALHAÇADA, SUJEITA. Vamos lutar, reivindicar, pois toda essa roubalheira é com o NOSSO DINHEIRO, ATRAVÉS DO NOSSO TRABALHO, ATRAVÉS DO NOSSO SUOR. Chega de hipocrisia. Vamos a LUTA!!