terça-feira, 19 de julho de 2011



Educação faz a diferença


Guilherme A. Dias

Enquanto no Chile, os estudantes e a sociedade em geral, politizados que são, tomam as ruas da capital e das principais cidades do país para reivindicar investimentos em educação pública, no Brasil, em especial, nos estados, os movimentos e prol dos direitos dos cidadãos, injustamente sonegados pelos governantes, geralmente chegam ao seu termo sem as almejadas conquistas, pois o brasileiro ainda não aprendeu a lutar pelos direitos da coletividade. Isso é um problema de educação.

Essa participação da sociedade chilena, em favor de maiores investimentos em educação, vem surtindo alguns efeitos importantes, pois, preocupado com a queda da popularidade e com o caos que se instalou nas cidades, o governo promoveu a substituição de alguns ministros, inclusive o da educação, e anunciou mais investimentos para a própria educação. Entretanto os manifestantes, ao que parece, insatisfeitos com o que o governo tem feito até agora, permanecem nas ruas.

Por aqui, a falta de mobilização da sociedade em favor do que lhe diz respeito, característica de despolitização, haja vista a falta de adesão de estudantes, professores e da maioria da população - clientela da educação pública - na greve em que os profissionais da educação reivindicam o cumprimento do Piso Nacional do Magistério e de melhorias na qualidade da educação pública, tem deixado nossos governantes totalmente autoconfiantes e tranquilos em relação ao futuro político deles, pois a memória do brasileiro é curta e fatalmente esquecerá o passado e o presente de omissão, quando não, de corrupção de muitos deles. Afinal, não raros são os exemplos de políticos corruptos, incompetentes, “analfabetos” e criminosos eleitos e reeleitos a cada eleição. Isso é também um problema de educação.

Portanto, a mobilização, força motriz de um povo politizado e fruto de uma educação de qualidade, é o que garante ao próprio povo o exercício pleno dos direitos, que lhe pertencem, e inibe, no governante, o ímpeto de fazer apenas o que lhe agrade ou o promova.

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