sábado, 18 de setembro de 2010

Pesquisa descobre parte do cérebro ligada à introspecção

Região é também uma das áreas do cérebro que mais se desenvolveram durante a evolução dos primatas até os hominídeos

iG São Paulo | 16/09/2010 15:42






Foto: Science/AAAS
Imagem do cérebro mostrando a área relacionada à introspecção

Uma região particular do cérebro, situada logo atrás dos olhos, parece ser mais desenvolvida nas pessoas que têm uma capacidade maior de introspecção, segundo estudos de pesquisadores da Universidade College de Londres divulgados esta quinta-feira na revista científica Science.

Introspecção é basicamente refletir sobre o que está se pensando, uma maneira de julgar seus próprios pensamentos e ações – algo difícil de estudar. A equipe de pesquisadores britânicos criou uma forma de medir a capacidade introspectiva ao comparar a confiança das pessoas em um momento de decisão. Para isto, um grupo de 32 pessoas saudáveis foi submetido a um teste destinado a avaliar seu grau de confiança em suas respostas a determinadas questões.

Eles examinaram, em seguida, o cérebro dos participantes com a ajuda de um sistema de imagens de ressonância magnética (IRM).

Os autores da pesquisa, chefiada pelo professor Geraint Rees da Universidade College de Londres, concluíram que o volume de massa cinzenta na parte anterior do lóbulo frontal do cérebro é um importante indicador da capacidade de reflexão da pessoa sobre si mesma.

Esta parte do cérebro é fonte de diversas funções cognitivas superiores, como as da linguagem, da memória de trabalho e do raciocínio. Ela é também uma das áreas do cérebro que sofreram o maior desenvolvimento durante a evolução dos primatas até os hominídeos.

No futuro, esta descoberta poderá ajudar os neurologistas a compreender melhor como alguns traumatismos cranianos afetam a capacidade de um indivíduo de refletir a respeito de seus próprios pensamentos e ações.
O resultado desse estudo e suas consequências poderão abrir caminho também para o desenvolvimento de tratamentos específicos para vítimas de acidente vascular cerebral ou que tenham sofrido um forte traumatismo craniano, ficando incapazes de compreender seu estado.

(com informações da AP e AFP)

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