“É importante permitir que a criança aprenda a brincar sozinha”, afirma Kathleen Alfano, especialista com mais de 40 anos dedicados ao desenvolvimento da criança
Kathleen Alfano tem mais de 40 anos de experiência em desenvolvimento e educação infantil. Mais de 30 deles foram passados à frente do Play Lab, laboratório de apoio à criação de brinquedos da Fisher-Price. Especialista no assunto reconhecida internacionalmente, ela conheceu o mundo dando palestras em países de culturas tão diferentes quanto Rússia e Japão. Hoje diretora sênior do Departamento de Pesquisa Infantil da empresa, Kathleen também é pesquisadora e PhD em educação.
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A importância do brincar
Qual a quantidade de brinquedos ideal para o meu filho?
Ela falou ao Delas sobre brinquedos e brincadeiras diretamente do Play Lab, em East Aurora, nos Estados Unidos, cidade onde ficam os escritórios da Fisher-Price. Segundo Kathleen, a percepção geral de que brinquedos eletrônicos são ruins para a imaginação está equivocada. E os pais precisam aprender a respeitar o tempo de brincadeira dos filhos. “Brincar não é apenas algo que a criança faz para passar o tempo”, resume. Quando bem estimuladas, crianças que brincam tendem a ser mais bem-sucedidas que as outras. Leia a entrevista completa abaixo e deixe seu comentário: você concorda com Kathleen?
iG: Qual a importância do brincar para a criança?
Kathleen Alfano: Segundo estudos acadêmicos e minha própria observação, crianças que brincam são mais bem ajustadas. É por meio da brincadeira que elas aprender a resolver problemas. Elas aprendem a dividir, a se defender, a falar – tudo através da brincadeira. Elas resolvem problemas e treinam o pensamento criativo. Então, quem brinca acaba sendo, segundo estudos, uma criança mais bem ajustada e um aluno melhor.
O brinquedo ajuda a brincadeira a acontecer. A brincadeira acontece sem os brinquedos, mas eles facilitam a brincadeira. Quando você tem um brinquedo adequado para a idade, baseado nas habilidades de desenvolvimento da criança, eis uma combinação perfeita.
iG: Hoje em dia, essa importância da brincadeira é subestimada?
Kathleen Alfano:
Sim. Há uma percepção geral de que brincar é algo que as crianças fazem só para passar o tempo. Mas na verdade, brincar tem um papel fundamental no desenvolvimento infantil. É a maneira da criança sentir-se livre para experimentar, descobrir e explorar. Algumas pré-escolas daqui [dos Estados Unidos] querem tirar o horário livre da grade diária e estamos tentando impedi-los de fazer isso. A criança precisa ter um tempo livre para brincar.
iG: Você acha que brincar é tão importante para a criança quanto comer?
Kathleen Alfano: Depois da alimentação, do afeto e dos cuidados físicos, vem o brincar. Crianças que são bem-nutridas, amadas e bem cuidadas serão bem sucedidas. Mas, se brincarem, alcançarão ainda mais sucesso.
iG: Nestes 40 anos de experiência, você viu muitas mudanças na maneira que as crianças brincam?
Kathleen Alfano: Não na forma como elas brincam, mas com o que elas brincam. Crianças gostam de explorar, apertar botões, criar sons. Isso tem sido sempre igual. Mas hoje eles têm objetos diferentes para brincar, e isso faz com que eles pareçam mais espertos aos nossos olhos. Porque eles podem brincar com um iPhone ou um iPad, entre outros gadgets. Eles não têm medo de tecnologia, nem de explorá-la. Mas ainda gostam de brincar das mesmas coisas: de faz de conta, de inventar histórias, brincar com a caixa onde veio o brinquedo...
iG: Você acha que brincar é tão importante para a criança quanto comer?
Kathleen Alfano: Depois da alimentação, do afeto e dos cuidados físicos, vem o brincar. Crianças que são bem-nutridas, amadas e bem cuidadas serão bem sucedidas. Mas, se brincarem, alcançarão ainda mais sucesso.
iG: Nestes 40 anos de experiência, você viu muitas mudanças na maneira que as crianças brincam?
Kathleen Alfano: Não na forma como elas brincam, mas com o que elas brincam. Crianças gostam de explorar, apertar botões, criar sons. Isso tem sido sempre igual. Mas hoje eles têm objetos diferentes para brincar, e isso faz com que eles pareçam mais espertos aos nossos olhos. Porque eles podem brincar com um iPhone ou um iPad, entre outros gadgets. Eles não têm medo de tecnologia, nem de explorá-la. Mas ainda gostam de brincar das mesmas coisas: de faz de conta, de inventar histórias, brincar com a caixa onde veio o brinquedo...
Foto: ig
Brincadeiras para todas as idades e tipos de crianças
iG: E os pais?
Kathleen Alfano:
Kathleen Alfano:
Os pais mudaram. Eles estão mais informados e têm mais expectativas. Hoje há mais fabricantes de brinquedos, mais lojas e eles têm mais decisões a tomar. Mas todos eles têm o mesmo objetivo: fazer o melhor para seus filhos.
iG: Qual o maior erro dos pais quando o assunto é o brincar?
Kathleen Alfano: Um erro muito comum é julgar que brinquedos eletrônicos são ruins. Eletrônicos não “roubam” a imaginação das crianças, que são muito adaptáveis. Se o componente eletrônico for um opcional, de forma que o brinquedo seja funcional mesmo sem pilhas, não há problemas. Quem está no controle é a criança.
iG: E qual o papel dos pais nas brincadeiras dos filhos?
Kathleen Alfano: Os pais devem proporcionar um ambiente seguro, brinquedos adequados para a idade e tempo para a criança brincar. Além disso, devem respeitar a brincadeira: muitas vezes a criança leva um tempo para sair do faz de conta. Por fim, estar presente é importante, mas tão importante quanto é permitir que a criança também aprenda a brincar sozinha.
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Kathleen Alfano: Um erro muito comum é julgar que brinquedos eletrônicos são ruins. Eletrônicos não “roubam” a imaginação das crianças, que são muito adaptáveis. Se o componente eletrônico for um opcional, de forma que o brinquedo seja funcional mesmo sem pilhas, não há problemas. Quem está no controle é a criança.
iG: E qual o papel dos pais nas brincadeiras dos filhos?
Kathleen Alfano: Os pais devem proporcionar um ambiente seguro, brinquedos adequados para a idade e tempo para a criança brincar. Além disso, devem respeitar a brincadeira: muitas vezes a criança leva um tempo para sair do faz de conta. Por fim, estar presente é importante, mas tão importante quanto é permitir que a criança também aprenda a brincar sozinha.
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