Para lembrar é preciso prestar atenção
Saiba por que é mais difícil lembrar coisas corriqueiras e veja dicas para melhorar a memória
Imagine a cena: você sai da cozinha em direção ao quarto para buscar algo. Ao
chegar, não lembra de jeito algum o que foi buscar lá. Volta para a cozinha e,
ao chegar no cômodo, como num passe de mágica, lembra o que tinha ido fazer no
quarto.
Se você já passou por isso, certamente também se perguntou por que esse tipo
de lapso da memória ocorre e o que é possível fazer para que isso não volte a
acontecer.
Saber que se trata de uma questão de prioridade do
cérebro pode ajudar a lutar contra
esses pequenos esquecimentos do dia a dia, dizem os especialistas.
Todas as informações que enviamos ao cérebro diariamente concorrem entre si.
Recebem prioridade aquelas que tiveram um melhor tratamento, ou seja, aquelas às
quais demos mais atenção.
Se executamos uma tarefa de forma automática, sem prestar atenção ao que
estamos fazendo, a informação não terá prioridade na memória. Assim,
provavelmente não será recordada. Por exemplo: é muito comum a localização do
carro no estacionamento do shopping perder espaço no cérebro para a loja onde se
quer ir ou para a lista de compras que é preciso seguir.
Segundo Arlindo D’Ávila, chefe do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Mãe de
Deus de Porto Alegre, prestar atenção ao que se faz possibilita a criação de
associações que ajudam na memorização.
“A memória funciona por associação. Ela não está em um só lugar. Quando
lembramos algo, comumente lembramos do cheiro disso e também temos uma lembrança
visual”, explica o neurocirurgião.
“Para lembrar de algo é importante fazer uma associação imediata a outra
coisa” reforça o médico.
Por isso, esquecer o telefone de alguém ou onde um objeto foi deixado pode
ser apenas falta de atenção ou de associação.
D’Ávila alerta, no entanto, para o momento em que é preciso procurar ajuda
especializada: quando se coloca em risco a própria segurança ou a segurança dos
outros, é preciso ver se não há nada por trás do esquecimento. Ele cita como
exemplo esquecer de forma corriqueira a chaleira no fogo.
“A área frontal do cérebro guarda o juízo crítico. Quando esquecemos com
frequência informações que envolvam o juízo crítico, isso deve servir de alerta
para procurar ajuda médica”, afirma ele.
O psicólogo Fernando Elias José, mestre em cognição humana pela PUCRS e especialista em terapia cognitivo comportamental, aponta os esquecimentos mais frequentes da rotina e ensina como lidar com eles:
Não consigo lembrar onde deixei as chaves de casa.
Motivo: esquecer onde deixou objetos que estão envolvidos na rotina diária pode ser sinal de estresse, má qualidade do sono ou falta de atenção.
O que fazer: procure deixar as chaves sempre no mesmo lugar. Pode ser em uma espera de chaves, na mesa mais próxima da porta ou na estante da sala. O importante é determinar esse lugar e mantê-lo como rotina.
Motivo: esquecer onde deixou objetos que estão envolvidos na rotina diária pode ser sinal de estresse, má qualidade do sono ou falta de atenção.
O que fazer: procure deixar as chaves sempre no mesmo lugar. Pode ser em uma espera de chaves, na mesa mais próxima da porta ou na estante da sala. O importante é determinar esse lugar e mantê-lo como rotina.
Será que esqueci a chaleira no fogo?
Motivo: a sensação de esquecer algo importante ao sair de casa pode vir do hábito de executar diversas tarefas ao mesmo tempo e de forma muito rápida e contínua. Isso faz com que o cérebro não processe todas as informações.
O que fazer: faça uma coisa de cada vez, prestando atenção a cada uma delas individualmente.
Motivo: a sensação de esquecer algo importante ao sair de casa pode vir do hábito de executar diversas tarefas ao mesmo tempo e de forma muito rápida e contínua. Isso faz com que o cérebro não processe todas as informações.
O que fazer: faça uma coisa de cada vez, prestando atenção a cada uma delas individualmente.
Tenho dificuldade em lembrar minhas senhas.
Motivo: a quantidade de cuidados de segurança que precisamos ter pode dificultar a memorização de senhas, ainda mais quando temos combinações diferentes de números, letras e símbolos.
O que fazer: as senhas podem ser anotadas em algum lugar seguro – mas JAMAIS guardadas junto aos cartões de banco, por exemplo. O ideal é guardá-las como se fossem joias, em gavetas chaveadas.
Motivo: a quantidade de cuidados de segurança que precisamos ter pode dificultar a memorização de senhas, ainda mais quando temos combinações diferentes de números, letras e símbolos.
O que fazer: as senhas podem ser anotadas em algum lugar seguro – mas JAMAIS guardadas junto aos cartões de banco, por exemplo. O ideal é guardá-las como se fossem joias, em gavetas chaveadas.
Com frequência, vou a outro cômodo da minha casa e esqueço o que
tinha ido fazer.
Motivo: nestes casos, a pessoa não desliga o pensamento da tarefa anterior. Se estava lendo um livro e pensa em buscar um lápis, vai até o outro cômodo pensando no livro e esquece o que havia ido fazer. Executa as tarefas com o piloto automático ligado.
O que fazer: pare tarefa anterior e pense por alguns segundos na próxima tarefa.
Motivo: nestes casos, a pessoa não desliga o pensamento da tarefa anterior. Se estava lendo um livro e pensa em buscar um lápis, vai até o outro cômodo pensando no livro e esquece o que havia ido fazer. Executa as tarefas com o piloto automático ligado.
O que fazer: pare tarefa anterior e pense por alguns segundos na próxima tarefa.
Volta e meia tento lembrar o título de um filme de que gostei, mas
não consigo.
Motivo: quando um bom filme deixa na memória uma boa história e imagens incríveis, o título passa a ser um detalhe.
O que fazer: se esquece com frequência títulos de filmes e músicas de que gosta, o melhor a fazer é anotá-los.
Motivo: quando um bom filme deixa na memória uma boa história e imagens incríveis, o título passa a ser um detalhe.
O que fazer: se esquece com frequência títulos de filmes e músicas de que gosta, o melhor a fazer é anotá-los.
Eu sei que conheço essa pessoa de algum lugar, mas não lembro o nome
dela.
Motivo: com as redes sociais, estamos nos acostumando a conhecer muitas pessoas ao mesmo tempo e ter contato com elas de forma aleatória. Isso pode fazer com que seja mais difícil associar uma pessoa a um lugar ou a uma situação.
O que fazer: uma forma um tanto constrangedora de sair dessa saia justa é, simplesmente, perguntar o nome para a pessoa. Mas se isso passar a acontecer com alguma frequência o ideal é criar mecanismos de associação. Por exemplo, sempre que conhecer uma pessoa, tente já associá-la a alguma característica, situação ou lugar.
Motivo: com as redes sociais, estamos nos acostumando a conhecer muitas pessoas ao mesmo tempo e ter contato com elas de forma aleatória. Isso pode fazer com que seja mais difícil associar uma pessoa a um lugar ou a uma situação.
O que fazer: uma forma um tanto constrangedora de sair dessa saia justa é, simplesmente, perguntar o nome para a pessoa. Mas se isso passar a acontecer com alguma frequência o ideal é criar mecanismos de associação. Por exemplo, sempre que conhecer uma pessoa, tente já associá-la a alguma característica, situação ou lugar.
Tenho um compromisso hoje à tarde, mas não lembro a que
horas.
Motivo: aqui, os estímulos e os compromissos diários em demasia são os vilões. Estamos fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, agendando muitos compromissos, e é natural que detalhes como horário e endereço sejam esquecidos.
O que fazer: use uma agenda. Nada mais efetivo do que ter um local em que todos os compromissos possam ser anotados e acessá-lo diariamente.
Motivo: aqui, os estímulos e os compromissos diários em demasia são os vilões. Estamos fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, agendando muitos compromissos, e é natural que detalhes como horário e endereço sejam esquecidos.
O que fazer: use uma agenda. Nada mais efetivo do que ter um local em que todos os compromissos possam ser anotados e acessá-lo diariamente.
Sempre esqueço o aniversário do meu marido.
Motivo: quem esquece o aniversário de uma pessoa muito importante, como a mulher, o marido ou o filho, normalmente se apoia no fato de que alguém vá lembrá-lo.
O que fazer: como são pessoas muito próximas e estimadas, é preciso verificar se o estresse não está afetando a memória de forma importante. Tentar relaxar e memorizar essas datas pode ser uma dica. É preciso também verificar se não há nenhuma patologia envolvida em tais esquecimentos.
Motivo: quem esquece o aniversário de uma pessoa muito importante, como a mulher, o marido ou o filho, normalmente se apoia no fato de que alguém vá lembrá-lo.
O que fazer: como são pessoas muito próximas e estimadas, é preciso verificar se o estresse não está afetando a memória de forma importante. Tentar relaxar e memorizar essas datas pode ser uma dica. É preciso também verificar se não há nenhuma patologia envolvida em tais esquecimentos.
Costumo me esquecer de colocar o lanche do meu filho na
mochila.
Motivo: são muitas tarefas que precisam ser executadas antes da criança ir para a escola, como checar se ela colocou o uniforme, se escovou os dentes e se está levando todo o material. Essa lista de tarefas pode fazer com que se esqueça de um item.
Motivo: são muitas tarefas que precisam ser executadas antes da criança ir para a escola, como checar se ela colocou o uniforme, se escovou os dentes e se está levando todo o material. Essa lista de tarefas pode fazer com que se esqueça de um item.
O que fazer: o ideal é montar um check-list com o que precisa estar em ordem nesta hora do dia. Assim, nem o lanche nem o caderno serão esquecidos.
Sempre que retiro um livro da biblioteca, acabo pagando multa por
atraso pois esqueço de entregá-lo.
Motivo: normalmente, quando nos esquecemos de entregar um livro na biblioteca ou um DVD na locadora é porque o tiramos do nosso campo de visão.
Motivo: normalmente, quando nos esquecemos de entregar um livro na biblioteca ou um DVD na locadora é porque o tiramos do nosso campo de visão.
O que fazer: um livro que precisa ser devolvido não pode ser guardado junto aos livros da casa. O ideal é deixá-lo sempre à vista ou entregá-lo assim que terminar o uso.
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