terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Masculino e feminino não existem

Manter os conceitos de feminino e masculino aprisiona ambos os sexos a estereótipos


 Regina Navarro Lins

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    Os padrões de comportamento são distintos e determinados para cada um dos sexos. E isso é só o início.


    “A mulher pode ser feminina e ao mesmo tempo ser autônoma?” Fiz essa pergunta para mais de cem pessoas, homens e mulheres com idades variando de 20 a 55 anos. As respostas foram instantâneas e veementes: “claro”, “lógico”, “óbvio”. Em seguida coloquei a segunda questão: O que é uma mulher feminina? O comportamento de todos foi semelhante. Silêncio por algum tempo, como se tivessem sido pegos de surpresa. Hesitantes e confusas, as pessoas tentavam explicar.

    Reunindo todas as respostas, surgiu o perfil da mulher feminina: delicada, frágil, sensível, cheirosa, dependente, pouco competitiva, se emociona à toa, chora com facilidade, indecisa, pouco ousada, recatada. Concluí, então, que a mulher considerada feminina é uma mulher estereotipada. Por isso, uma mulher não pode ser autônoma e feminina ao mesmo tempo. Autonomia implica ser você mesma, sem negar ou repudiar aspectos de sua personalidade para se submeter às exigências sociais. Mas isso não é uma tarefa fácil.

    A primeira coisa que se quer saber quando um casal vai ter um filho é o sexo da criança. Mesmo antes do nascimento o papel social que ela deverá desempenhar está claramente definido: masculino ou feminino. Os padrões de comportamento são distintos e determinados para cada um dos sexos. Os meninos são presenteados com carrinhos, revólveres e bolas, enquanto as meninas recebem bonecas, panelinhas e mamadeiras. E isso é só o início.

    A expectativa da sociedade é que as pessoas cumpram seu papel sexual, que sofre variações de acordo com a época e o lugar. Até algumas décadas atrás, não se admitia que um homem usasse cabelo comprido e muito menos brinco. Eram coisas femininas. As mulheres, por sua vez, não sonhavam usar calças, nem dirigir automóveis. Era masculino.

    Na realidade, a diferença entre os sexos é anatômica e fisiológica, o resto é produto de cada cultura ou grupo social. Tanto o homem como a mulher podem ser fortes e fracos, corajosos e medrosos, agressivos e dóceis, passivos e ativos, dependendo do momento e das características que predominam em cada um, independente do sexo. Insistir em manter os conceitos de feminino e masculino é prejudicial a ambos os sexos por limitar as pessoas, aprisionando-as a estereótipos.

    Na Suécia há uma tentativa de combater os estereótipos dos papéis sexuais. Uma pré-escola do distrito de Sodermalm, de Estocolmo, incorporou uma pedagogia sexualmente neutra que elimina completamente todas as referências ao sexo masculino e feminino. Os professores e funcionários da pré-escola "Egalia" evitam usar palavras como "ele" ou "ela".

    A professora Jenny Johnsson, de 31 anos, disse que “a sociedade espera que as meninas sejam garotinhas gentis e elegantes, e que os meninos sejam viris, duros e expansivos. Egalia lhes dá uma oportunidade fantástica de ser quem quer que eles queiram ser”.

    A diretora Lotta Rajalin disse que a escola contratou um “pedagogo de diversidade sexual” para ajudar os professores e funcionários a remover as referências masculinas e femininas na linguagem e conduta, indo ao ponto de garantir que os jogos infantis de blocos Lego e outros brinquedos de montagem sejam mantidos próximos aos brinquedos de utensílios de cozinha a fim de evitar que algum papel sexual tenha preferência.
    Leia outras colunas:

    As crianças poderão imaginar que possuem características consideradas masculinas e femininas, e isso amplia a perspectiva delas. Além disso, não há livros infantis tradicionais como Branca de Neve, Cinderela ou os contos de fadas clássicos, disse Rajalin. Em vez disso, as prateleiras têm livros que lidam com duplas homossexuais, mães solteiras, filhos adotados e obras sobre “maneiras modernas de brincar”. A diretora dá um exemplo concreto: “Quando as meninas estão brincando de casinha e o papel de mãe já foi pego por uma, elas começam a disputar. Então sugerimos duas ou três mães e assim por diante”.

    segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

    11 erros comuns sobre a segurança do bebê

    Do berço ao passeio de carro, atitudes aparentemente sem importância podem colocar seu filho em risco. Aprenda a evitá-las



    Renata Losso, especial para o iG São Paulo |

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    11 erros comuns sobre a segurança do bebêDo berço ao passeio de carro, atitudes aparentemente sem importância podem colocar seu filho em risco. Aprenda a evitá-las
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    11 erros comuns sobre a segurança do bebêDo berço ao passeio de carro, atitudes aparentemente sem importância podem colocar seu filho em risco. Aprenda a evitá-las
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    Berço cheio de bichinhos: mesmo macios, objetos oferecem risco


    1. Encher o berço de objetos macios


    Antes mesmo da chegada do bebê, o berço já está cheio de almofadinhas, bichinhos e enfeites – tudo para deixá-lo encantador e aconchegante. Porém, de acordo com Alessandra Françóia, coordenadora nacional da ONG Criança Segura, o ideal é manter o berço livre. “Quanto menos coisa se coloca, mais seguro e saudável ele se torna”, diz. E não somente pelo risco de sufocação: o excesso de objetos também facilita ao bebê escalar o berço e correr mais riscos de sofrer uma queda.

    2. Colocar protetores acolchoados nas grades do berço

    O uso é contraindicado pela Sociedade Americana de Pediatria. “O bebê pode se enfiar debaixo do protetor e sufocar”, diz a pediatra Camila Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Os pais acabam colocando os protetores por medo de que a criança prenda o braço ou os pés entre as grades, mas o ideal é que a distância entre as hastes da grade não permita isso. “O perigo são os riscos silenciosos, como a sufocação”, diz Alessandra Françóia. Saiba reconhecer um berço seguro.

    3. Deixar móbiles ao alcance do bebê


    Assim como os enfeites de berço, os móbiles também são encantadores. Mas, de acordo com pediatra Marislaine de Mendonça, do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria, é um erro comum se esquecer de ajustá-los de acordo com o crescimento da criança. Quando alcança o enfeite, o bebê corre dois riscos: o móbile cair em cima dele ou ele se pendurar e cair para fora do berço.

    4. Abusar das cobertas e usar travesseiro

    Evitar o excesso também vale para cobertas e travesseiros. Segundo Alessandra Françóia, a regra é vestir mais roupa no bebê e usar menos cobertas no berço. Se for utilizá-las, o indicado é uma coberta leve, no máximo até a altura do peito do bebê, com o cuidado de manter os bracinhos dele para fora. Prender essa coberta embaixo do colchão também é uma forma de evitar que a criança cubra o próprio rosto. Se o bebê passou da fase de dormir quietinho e fica se virando no berço, os pais devem avaliar se o uso da coberta será mesmo seguro.

    Além disso, a especialista comenta que o uso do travesseiro não é necessário nesta fase inicial da vida do bebê. Desnecessário, ele representa apenas mais um risco de sufocação.
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    Dormir com o bebê: a cena é linda, mas o perigo é grande


    5. Levar o bebê para dormir na cama dos pais


    Pode ser difícil convencer o bebê a ficar no próprio berço. Mas o pediatra e neonatologista Jorge Huberman, do Instituto Saúde Plena e do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, indica aos pais jamais ceder e levar o filho para dormir na própria cama. “É um perigo. Os pais irão dormir também e podem sufocar o filho”, comenta. Descubra aqui o que fazer para que o bebê consiga dormir com mais facilidade – e no próprio berço.

    6. Colocar o bebê para dormir na posição errada

    Se antes a indicação era colocar os bebês para dormir de bruços, por medo de que ele regurgitasse e se engasgasse no meio da noite, hoje os estudos apontam para o oposto: o mais seguro é o bebê dormir de barriga para cima. Alguns pais, no entanto, ainda colocam os pequenos em posições inadequadas. “Muitos ainda têm medo de colocar a criança de barriga para cima, já que ficou marcado na memória que esta posição é perigosa”, afirma Camila Reibscheid.

    Leia mais sobre bebês
    7. Permitir o uso do andador


    Com comercialização proibida no Canadá, o objeto bem conhecido dos pais – e ainda muito utilizado – é hoje contraindicado pelos pediatras brasileiros. De acordo com Marislaine, da Sociedade Brasileira de Pediatria, o andador é causador de muitos acidentes. “Ele pode alcançar uma velocidade considerável e favorece as quedas”, diz. Camila Reibscheid lista outros problemas: com o andador, a criança pode cair de um degrau no meio do caminho, prender o dedo na parede e, principalmente, cair feio e até sofrer um traumatismo craniano. O objeto também pode prejudicar o desenvolvimento da criança e deixá-la mais insegura para dar os primeiros passos sozinha. “Por isso, se ganhou de presente, troque-o”, recomenda.

    8. Dar brinquedos não indicados para bebês

    Especialmente nas famílias com um irmão mais velho, é comum os pais darem ao menor os brinquedos que deixaram de ser usados pelo primogênito. Mas a indicação da faixa etária sempre deve ser seguida. Crianças menores têm a tendência a conhecer o mundo pelos sentidos e podem colocar os brinquedos na boca. Se ele tiver uma peça pequena que se solta facilmente, pronto: os pais podem ter que sair correndo para o hospital ou, pior, podem nem perceber que o filho engoliu um objeto não identificado. Brinquedos para crianças mais velhas também podem soltar tinta tóxica. Marislaine de Mendonça indica aos pais se assegurar da classificação etária do brinquedo e do selo de qualidade e segurança do Inmetro.

    9. Deixar moedas e objetos pequenos ao redor

    Com criança pequena, todo cuidado é pouco. E com objetos pequenos, também. Marislaine de Mendonça ressalta que os pais devem estar sempre atentos para não deixar ao alcance do bebê nada que possa ser ingerido. Entre broches e grampos de cabelo, saiba como evitar que as crianças engulam objetos.
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    Instalação da cadeirinha: certifique-se do uso correto


    10. Não instalar a cadeirinha corretamente


    Ao comprar o bebê-conforto, tente instalá-lo antes de ir para casa. Assim, é possível pedir orientações na própria loja, caso o manual deixe dúvidas. Lembre-se da posição correta: antes de um ano de idade (ou antes de a criança chegar aos 10 quilos), a cadeirinha deve ficar virada para a traseira do carro. É mais seguro.

    >>> Veja em vídeo como instalar a cadeirinha com segurança

    11. Esquecer o cinto de segurança da cadeirinha ou carrinho

    De acordo com Alessandra Françóia, da ONG Criança Segura, muitos pais se esquecem desse detalhe e o bebê pode escorregar e cair. Ela também recomenda aos pais não pendurar sacolas de compras pesadas no guidão: o peso pode desequilibrar o carrinho e levar tudo ao chão, inclusive o bebê.



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    sábado, 28 de janeiro de 2012

    Mulheres na menopausa estão mais vulneráveis ao HPV

    Perfil hormonal, resistência à camisinha e vacinação restrita as deixam no alvo da contaminação


    Fernanda Aranda, iG São Paulo
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    Mulheres na menopausa estão mais vulneráveis ao HPVPerfil hormonal, resistência à camisinha e vacinação restrita as deixam no alvo da contaminação
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    Sexo na terceira idade: negociação e uso da camisinha é mais difícil nessa etapa da vida

    Três características da população feminina com mais de 45 anos fazem com que elas estejam mais vulneráveis às infecções pelo vírus HPV.


    A primeira delas é fisiológica, inerente ao processo de envelhecimento da mulher, explica a ginecologista Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose de São Paulo e doutora pela USP.

    “Com o passar dos anos, a imunidade da mucosa vaginal diminui, influenciada pelo declínio dos hormônios e da lubrificação, típicos desta fase”, diz a especialista.


    Este processo facilita o aparecimento de pequenas fissuras e machucados na área interna da genital, “o que serve de porta de entrada para a infecção viral do HPV”, completa a médica.

    A principal via de contaminação do vírus é a relação sexual sem camisinha, sendo esta a segunda causa da maior vulnerabilidade delas na faixa-etária com mais de 40 anos.

    Um inquérito feito pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde mostrou que, quanto mais velha a mulher, maior a resistência dela na hora de usar o preservativo.

    Enquanto o índice de mulheres entre 15 e 24 anos que declararam usar camisinha em qualquer relação sexual foi de 34,8%, na população com mais de 50 anos a taxa registrada cai para 20,5%, 14,3 pontos porcentuais a menos. As razões por trás da resistência da mulher madura em fazer da camisinha uma constante não são poucas.


    Uma delas é cultural, já que elas cresceram em épocas em que a aids, a doença sexualmente transmissível (DST) mais temida, ainda não colecionava tantas vítimas. Outra razão é a própria dificuldade do parceiro, em especial quando também tem mais de 50 anos, em manter a ereção na hora de colocar o preservativo, o que acaba influenciando no comportamento de risco de ambos.


    Além da negligência com a proteção sexual, os especialistas elencam uma terceira razão para trazer para a época da menopausa um risco aumentado de infecção pelo HPV. Ao contrário das adolescentes e das jovens adultas, as mulheres na maturidade não podem ser vacinadas contra o vírus. A imunização existente, por ora só disponível em clínicas particulares brasileiras, contempla apenas a faixa etária menor do que 21 anos, deixando as mais velhas à margem deste efeito protetor.

    Danos

    As três condições que colocam a mulher após a menopausa no alvo do HPV trazem outros danos adicionais. Quando não tratada corretamente, a infecção pode evoluir para o câncer de colo de útero, o segundo mais letal da mulher brasileira (atrás apenas do câncer de mama) e que só em 2012 vai fazer 17.500 novas vítimas (de acordo com a projeção do Instituto Nacional do Câncer).


    Levantamento feito pelo Delas no banco de dados do Ministério da Saúde mostrou que, só nos últimos 4 anos, 68 mil mulheres com mais de 40 anos foram hospitalizadas devido a este neoplasia maligna, uma média de 1.415 pacientes por mês.

    quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

    Suplementos alimentares podem provocar câncer

     

    Estudo feito em Portugal alerta para o perigo do consumo de doses erradas de nutrientes



    EFE | IG

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      Suplementos vitamínicos: perigosos em doses excessivas


      Alguns suplementos alimentares com doses muito elevadas de compostos que ajudam a prevenir o câncer - como os antioxidantes e fitoquímicos - podem ter o efeito contrário e causar a doença, apontou uma pesquisa divulgada recentemente em Portugal.


      O estudo foi coordenado pela pesquisadora da Unidade de Química e Física Molecular da Universidade de Coimbra, Paula Marques, em colaboração com o laboratório britânico Rutherford Appleton e o Instituto Português de Oncologia.

      O trabalho analisou de forma individualizada o efeito dos compostos presentes em alimentos próprios da dieta mediterrânea na prevenção do câncer de pele e de mama. Antioxidantes e fitoquímicos como o ácido caféico e os flavonóides se revelaram úteis para prevenir o câncer de pele e de mama, apenas se consumidos nas doses adequadas. A partir de certo ponto, eles podem ser nocivos e provocar o surgimento da doença.

      "Em uma dieta normal nunca corremos risco, já que esses compostos não estão presentes nos alimentos em quantidades muito altas", explicou. Mas, de acordo com Paula, "o problema pode aparecer em suplementos e aditivos alimentares, onde a concentração dessas substâncias pode ser muito alta", indicou.

      A pesquisadora portuguesa informou que esses suplementos só devem ser tomados em momentos pontuais, "e não por períodos de tempo muito prolongados".
      Leia mais:

      A descoberta fez Paula pedir às autoridades de saúde que obriguem as empresas a colocarem no rótulo desses aditivos os nomes dos compostos contidos e as quantidades, o que atualmente não é feito. "Existem suplementos que são vendidos em supermercados, como os de extrato de alho e gengibre, que podem apresentar concentrações muito altas desses antioxidantes", disse Paula.

      "Esses aditivos deveriam indicar claramente sua composição para que as pessoas e os médicos tivessem acesso a essa informação, assim como ocorre com os demais alimentos ou remédios", ressaltou.


      O seguinte passo dos autores desse estudo será começar o teste em animais para tentar "determinar quais são as doses mais corretas". No entanto, a pesquisadora alertou que, por enquanto, "não há financiamento" devido às dificuldades econômicas e os cortes aplicados às pesquisas.

      terça-feira, 24 de janeiro de 2012

      Cidadão invisível: garis sofrem preconceito 'profissional'

       

      42% dos responsáveis pela limpeza urbana em São Paulo se declararam vítimas; maior parte da discriminação vem de transeuntes



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      "Eles nunca são chamados pelo nome", diz presidente do sindicato da categoria


      Estudo conduzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos traça o perfil dos funcionários da área da limpeza na cidade de São Paulo. Entre as principais constatações da pesquisa, que foi lançada oficialmente nesta terça-feira (24), está o fato de boa parte dos entrevistados se declararem vítimas de preconceito por conta dos cargos que exercem.

      "Existe uma invisibilidade, eles (os trabalhadores da área de limpeza) nunca são chamados pelo nome. A partir do momento que a pessoa coloca o uniforme de trabalho, ela é esquecida pela sociedade", diz Moacyr Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo, órgão que encomendou a pesquisa.

      Do total de 1.851 trabalhadores que participaram do estudo, o maior índice de preconceito foi registrado entre os responsáveis pela limpeza urbana (42%) – sendo que 95% revelaram que a discriminação é oriunda, principalmente, dos transeuntes. 22% dos que fazem asseio e conservação e 11% dos jardineiros também se declararam vítimas de discriminação.

      Leia também:

      "A discriminação não é por questão de raça, cor ou gênero. A pesquisa mostra que o preconceito é profissional", explica Pereira, antes de acrescentar: "tem casos de transeuntes que tampam o nariz ao passar perto de alguém da limpeza, bares que se recusam a dar um copo com água para não espantar a clientela".


      O estudo corrobora com as constatações do psicólogo social Fernando Braga da Costa, que em 2004 publicou o o livro "Homens Invisíveis: Relatos de uma Humilhação Social". Para compor a obra, Costa se passo por gari em diversas ocasiões, ouvindo os relatos dos companheiros e sentindo na pele a discrimanação sentida por eles. O psicólogo se espantou com a forma como eles eram ignorados por todos em volta.

      segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

      Neil Young está com raiva do "som da música" atual

       

      Cantor canadense reclama da qualidade das gravações e se diz irritado com o que ouve hoje em dia


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      Neil Young, que esteve no Brasil para palestrar sobre o meio ambiente durante a última edição do festival SWU, está descontente com a qualidade da produção musical de hoje em dia.

      Durante sua passagem pelo Festival de Sundance para promover o documentário "Neil Young Journeys", de Jonathan Demme, o músico disse à MTV americana: "Eu tenho problemas com a qualidade do som da música de hoje. Eu não gosto. Só me deixa com raiva. Não a qualidade da música em si, mas nós estamos no século XXI e temos o pior som. Pior que o dos discos de 78 rotações. Onde estão nossos gênios? O que está acontecendo?".


      Young declarou também acreditar que as pessoas mudaram seus hábitos na hora de ouvir música, o que piorou a qualidade das gravações. Para ele, um arquivo em formato MP3 tem apenas 5% das características dos originais, e este é o grande problema.

      O canadense ressaltou que tenta passar essa mensagem a outros artistas para que se recupere o calor e a profundidade da música, perdidos entre botões e batidas automáticas. E fez questão de ressaltar que apesar do ódio pelas técnicas modernas de gravação, não odeia os músicos:

      "My Morning Jacket e Mumford & Sons são grandes bandas, que eu amo e conheço bem. E me sinto bem ao dizer isso", disse Young, que lançou em 2010 o 33º álbum de sua carreira, chamado "Le Noise".

      domingo, 22 de janeiro de 2012

      12 coisas que seu treinador gostaria que você soubesse

       

      Entre elas estão: abdominais não diminuem a barriga, treinar em jejum não ajuda a emagrecer e resultado é sinônimo de disciplina



      Yara Achôa, iG São Paulo


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        Abdominais ajudam a manter a forma, mas não reduzem a gordura da barriga

        Quem inicia a malhação, além da bolsa da academia, costuma carregar uma bagagem de mitos ou informações erradas.


        No mundo ideal, certamente os treinadores gostariam que cada aluno já chegasse à academia sabendo algumas coisas básicas sobre atividade física.

        Pensando nisso, o iG Saúde conversou com especialistas que deram preciosas dicas para você entender melhor o papel da atividade física e assim potencializar seus resultados.

        1. Treinar em jejum não ajuda a emagrecer. “É um erro clássico. Quando você fica horas sem comer, cai o nível de "combustível" (ele se chama glicogênio) necessário para manter o corpo funcionando. Se estiver em baixa, será extraído dos músculos, provocando perda de massa muscular e fraqueza”, explica o professor de educação física Carlos Henrique Augusto, supervisor técnico da Run For Win Assessoria Esportiva, de São Paulo. Além disso, a fome em conjunto com a exaustão pode levar a tonturas e desmaios.


        2. Milagres não acontecem: você não resolve em pouco tempo o que levou anos para acumular. “Se você esteve muito tempo parado, não adianta voltar querendo malhar todos os dias. Não dá para querer compensar o tempo perdido. É necessário descansar entre um treino e outro. Quem não respeita isso e está fora de forma, pode acabar se lesionando e parando por um tempo ainda maior”, alerta o treinador e atleta Nelson Evêncio, presidente da Associação de Treinadores de Corrida de Rua de São Paulo (ATC-São Paulo).

        A busca pelo resultado rápido não é saudável. “É comum ver gente fazendo um esforço fenomenal para atingir determinado objetivo e não conseguir manter o que foi conquistado depois. A mudança deve ser gradual”, orienta o personal trainer e fisiologista Givanildo Matias, diretor da rede Test Trainer, de São Paulo.


        3. Correr de moletom para queimar mais calorias não adianta nada. Você não queima gordura, apenas perde líquido. O excesso de roupa só prejudica a malhação, já que traz desconforto em função da alta temperatura, tornando o treino menos eficiente. “Perder líquido em excesso durante o treino é submeter-se às consequências da desidratação e ainda não obter o resultado esperado”, diz o treinador da Run for Win.

        Leia também: Com que roupa eu vou?

        4. Correr na esteira não é correr. “É praticamente saltar no lugar, com a esteira rodando sob os pés. Correr significa empurrar o peso do seu corpo para frente. E para isso os músculos da parte posterior da coxa e glúteos fazem um grande esforço”, diz o personal trainer Carlos Klein, da equipe Movimente-se, de São Paulo. Segundo ele, na esteira isso não acontece, pois o equipamento faz o trabalho de empurrar o pé para trás, economizando energia para os músculos. “Se quer realmente correr, vá para a rua, o parque ou a praia”, sugere.


        5. Aquecimento na esteira não prepara o corpo para o treino de musculação. De acordo com Klein, o ideal é fazer um alongamento dinâmico, com movimentos semelhantes aos da ioga, que aquecem, aumentam a flexibilidade e deixam o corpo preparado para pegar pesado.


        6. Treinos de musculação não deixam a mulher com corpo de fisiculturista. “Ouço muita garota dizer que não treina musculação porque não quer ficar forte igual a um homem. Isso não vai acontecer, a não ser que você queira. Os treinos de musculação podem ter vários objetivos e são montados levando em conta diversas variáveis como intensidade, quantidade de repetições, velocidade das repetições, número de séries, tempo de intervalo entre as séries e quantidade de exercícios para determinada musculatura”, explica o treinador Carlos Henrique Augusto.




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        Excessos no final de semana podem comprometer seus esforços
         
        7. Sim, o final de semana pode estragar tudo. Para o treinador Givanildo Matias, os sábados e domingos costumam ser os vilões dos bons resultados. “As pessoas acabam aumentando o consumo de calorias com pizza, churrasco, bebida, doces, massas, além de diminuir o gasto calórico“.


        8. Não, abdominais não diminuem barriga. Esses exercícios, ainda que realizados com ajuda das “máquinas milagrosas”, mobilizam, no momento do exercício, a musculatura do abdome e não a gordura localizada. “Se você espera ter uma barriga chapada, faça exercícios gerais de musculação (abdominais também) e não esqueça os aeróbios, como corrida e caminhada”, diz o treinador Carlos Henrique Augusto.


        9. Para queimar gordura o treino precisa ter intensidade. “Pode caminhar o quanto quiser ou até correr longas distâncias, mas o método mais eficiente para queimar gordura é acelerar o ritmo e chegar perto da exaustão, em pequenos intervalos de muita intensidade”, diz o personal da Movimente-se.


        10. Correr de tênis não necessariamente minimiza o impacto nas articulações. “O calçado de corrida pode muitas vezes provoca um tipo de pisada com o calcanhar que acaba gerando mais impacto no corpo. Muita gente tem experimentado a correr descalço ou com calçados minimalistas, do tipo Five Fingers, que levam a uma pisada frontal, menos impactante ao corpo”, explica o personal Carlos Klein.

        11. Disciplina é fundamental para ter resultados. A atividade física deve estar inserida na agenda de quem realmente busca resposta aos exercícios. “Durante a semana vários obstáculos aparecem, mas você nunca deve perder o foco. Comprometa-se com o que pode cumprir e siga a risca”, sugere o diretor da Test Trainer.


        12. É preciso mudar o estilo de vida e mexer na causa do problema. Quem realmente pretende ter uma vida saudável e um bom resultado estético não pode se limitar apenas ao momento da atividade física. “Algumas pessoas saem da academia e têm coragem de pegar um elevador para subir apenas um lance de escada ou tirar o carro da garagem para ir à esquina comprar pão. Mexa-se e cuide-se o dia todo”, orienta Matias.


        Siga lendo orientações dos especialistas:

        Instituto alerta para abusos na lista de material escolar

         

        Escola não pode indicar onde pais fazem as compras ou incluir na lista itens de uso coletivo, como produtos de limpeza, diz Idec


        Agência Brasil | IG
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        Escolas não podem dizer onde os pais devem comprar os materiais, dis Idec

        Com a proximidade do fim das férias, as papelarias já estão cheias de pais com listas de material escolar em mãos e muita dúvida na hora de comprar os itens que serão utilizados neste ano letivo. Algumas exigências não podem ser feitas pelas escolas, mas continuam sendo incluídas entre os pedidos. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) alerta os consumidores sobre as práticas consideradas abusivas, como determinar em qual estabelecimento deve ser feita a compra ou pedir produtos de marcas específicas.


        “Dizer onde os pais devem comprar os materiais é uma prática equivalente à venda casada. Não pode haver indicação específica quando um produto está disponível em diversos estabelecimentos comerciais. O direito de escolha do consumidor precisa ser preservado”, explica Mariana Ferraz, advogada do Idec. Segundo ela, o local onde a compra deverá ser feita só poder ser determinado pela escola quando se trata de um produto que não está disponível em outras lojas, como apostilas que são produzidas pelo colégio.


        Na lista de material dos filhos da digitadora Áurea Elias Carneiro, de 36 anos, a escola incluiu sugestões de papelarias e indicações de marcas específicas dos itens a serem comprados, o que ela considera um abuso. “Acho abusiva porque escola particular pede muita coisa. Alguns itens vêm até com a recomendação da marca”, disse. Segundo a advogada do Idec, os produtos devem ser indicados de forma genérica, sem citar marcas específicas.

        De acordo com o instituto, as escolas também não podem pedir materiais de uso coletivo, como produtos de limpeza. “Os itens solicitados devem ser aqueles que o estudante vai usar individualmente para o estudo em si. Os outros dizem respeito à prestação de serviço daquele estabelecimento e a escola precisa garantir”, alerta Mariana. No caso de escolas públicas, produtos como papel higiênico ou copos descartáveis podem ser solicitados como uma contribuição, mas não como obrigatórios.

        Para a bancária Ângela Rezende, de 51 anos, a relação de material apresentada pelas escolas é exagerada. Ela tem dúvidas de que todos os itens serão utilizado no decorrer do ano.“Eu acho que exagera um pouco. Pedem muita coisa e no fim do ano não retorna um pedaço de papel. É muita cartolina. Imagina se cada criança leva uma resma de papel, é muito. Deve sobrar bastante, né?”, disse.

        A representante do Idec dá outras dicas para os pais economizarem na hora da compra. A primeira é revisar os materiais do ano anterior para ver quais podem ser reutilizados, assim evita-se a compra de itens desnecessários. Também não é recomendado ir às papelarias junto com as crianças, porque elas vão querer os produtos mais caros, como cadernos de personagens de desenhos, seriados ou filmes que têm um custo extra por serem licenciados.

        “A criança é movida pelo impulso e o que é mais bonito pode encarecer a conta. O material mais barato não precisa ser chato. Os pais podem propor atividade lúdicas para fazer capas e personalizar os cadernos. Além de interessante é uma oportunidade para uma conversa sobre o consumo consciente porque isso começa na compra do material”, aconselha Mariana.

        As famílias também podem procurar livros didáticos em sebos ou entrar em contato com outros pais da mesma escola que podem ter as obras em bom estado para serem reutilizadas. Outra sugestão para quem quer economizar é fazer um levantamento dos preços em várias lojas antes de fechar a compra. A dentista Luciana Turco, de 42 anos, fez pesquisa de preço antes de comprar os materiais dos filhos. “Fiz orçamento em duas papelarias. A lista está boa, não exigiu marcas específicas, nem material de limpeza”, disse.