Experiência provou que roedores se esforçam para libertar companheiros presos e depois dividem chocolate com eles
A pergunta: “Você é um homem ou um rato?” está prestes a ganhar uma nova conotação. Novas experiências mostram ratos demonstrando compaixão e ajudando outros roedores, um traço de comportamento que até agora alguns cientistas achavam que era exclusividade de humanos e primatas superiores, como chimpanzés.
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Nas experiências, que foram repetidas à exaustão, ratos libertaram outros ratos presos em jaulas, mesmo quando chocolates foram postos para servir de distração. De 30 animais, 23 abriam a jaula e libertavam o outro animal, empurrando uma portinha. Os ratos poderiam ter simplesmente comido o chocolate antes de libertar seus amigos, mas muitos não fizeram isso, escolhendo ajudar primeiro e depois dividindo a guloseima.
“O que o estudo nos contou é que, para os ratos, libertar um companheiro é tão importante quanto comer chocolate,” diz a autora do estudo Peggy Mason, da Universidade de Chicago. “É algo crucial”.
Em alguns casos, os ratos tiravam antes os pedaços de chocolate de um recipiente, mas não comiam. Prosseguiam abrindo a jaula e depois dividiam o doce, “quase como se estivessem servindo a eles,” descreve Peggy, que relatou suas descobertas na edição desta semana do periódico científico Science. Os animais demoravam alguns dias para aprender como abrir a jaula, mas depois que dominavam a técnica, demoravam menos de um minuto para libertar seus amigos presos. Quando as jaulas estavam vazias ou tinham algum objeto, os ratos não mexiam nelas.
O estudo mostrou fêmeas mostravam mais empatia que machos. Todas as seis fêmeas do estudo libertaram seu companheiro cativo; 17 dos 24 machos fizeram o mesmo. Isso confirma outros estudos em animais que mostram que fêmeas têm comportamentos socialmente mais ativos que machos. Em alguns dias, alguns machos “tiravam folga” da tarefa de libertar os amigos, mas isso nunca aconteceu com as fêmeas, de acordo com Peggy.
Jeff Mogil, da Universidade McGill, do Canadá, não esteve envolvido na pesquisa, mas afirmou que embora um pouco surpreendentes, as provas eram convincentes. “É uma demonstração muito óbvia do fenômeno de empatia e compaixão,” afirmou à AP. Ambos os pesquisadores afirmaram que empatia social deve ter sido uma característica importante na evolução animal. Peggy brincou: “Se ratos podem cuidar e ajudar uns aos outros, dá para ter otimismo que nós também podemos ser assim”.
(Com informações da AP)
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