Pais devem ficar atentos para diferenciar fantasia infantil de aptidão profissional e ajudar corretamente na escolha da profissão
Ser jogador de futebol, cantor, bailarina ou modelo são sonhos bastante frequentes na infância. Mas como os pais podem identificar se os filhos têm realmente aptidão para seguirem determinadas carreiras ou se é apenas uma vontade passageira? Como orientá-los e até mesmo dizer a eles que não possuem habilidade para certas profissões?
Em primeiro lugar, os pais devem ficar atentos para saber diferenciar o que é fantasia e o que é aptidão verdadeira. O psicólogo Fabiano Fonseca da Silva, do Serviço de Orientação Profissional da Universidade de São Paulo (USP), explica que muitas vontades são expressadas pelas crianças por modismo ou pelo desejo de ingressar no mundo adulto, imitando figuras que admiram. Por isso, é normal que o filho queira ser jogador de futebol quando vê o ídolo em uma partida, por exemplo. “Faz parte da escolha da criança manifestar este tipo de interesse. Fantasiar é importante na infância e pode até ajudar, mais tarde, na escolha de qual carreira realmente seguir”, diz.
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Após assistir ao filme Homem-Aranha, Yael Matheus Jorge Pereira, de sete anos, colocou na cabeça que queria ser fotógrafo, inspirado pelo protagonista Peter Parker, que exerce a profissão. Ao mesmo tempo, o menino também demonstra interesse em ser guitarrista, depois de ter escutado o roqueiro Slash (ex- Guns N’ Roses) tocar. Atenta às vontades do filho, a mãe decidiu incentivar o menino, que faz aulas de música há seis meses e aprendeu com a tia, que é fotógrafa profissional, algumas técnicas para registrar boas imagens. “Acho que os dons se percebem desde pequeno. Vamos incentivá-lo a seguir suas aspirações”, acredita a tecnóloga em hotelaria Patricia Mara Pereira Cruz.
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Ao perceber nos filhos o interesse em uma determinada carreira, seja por modismo ou fantasia de se parecerem com os ídolos, os pais podem até entrar um pouco no jogo, mas sempre ponderando os desejos das crianças e, principalmente, permitindo que elas sejam inseridas em outras experiências. Sendo assim, Silva explica que, se a criança quer ser atleta, não há problema que a mãe o matricule em uma escola de futebol, mas o filho deve ter acesso também a outros tipos de atividade.
Apoio familiar dá segurança de escolha
De acordo com o psicólogo Fabiano Fonseca da Silva, as crianças começam a manifestar suas aptidões de maneira mais estável por volta dos seis anos de idade. Por conta de uma convivência maior, os pais têm mais condições de perceber as habilidades que os filhos têm ou que vão adquirindo a partir do convívio social e das relações interpessoais.
O apoio familiar também é fundamental para dar segurança emocional para as futuras escolhas profissionais, segundo explica a psicopedagoga Maria Irene Maluf, especialista em educação e neuroaprendizagem. Ela diz que as experiências vivenciadas na infância são importantes para o amadurecimento e a definição dos interesses pessoais. “Assim, o jovem se sentirá seguro, autoconfiante e resiliente para suportar as dificuldades naturais do mundo fora da escola”, afirma.
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É nisso que aposta o empresário Maurício Dieguez depois que o filho Gregory, de 11 anos, começou a competir como piloto de kart, há quatro anos. Mesmo já tendo conquistado títulos na categoria mirim, o pai sabe que se trata de uma carreira difícil e competitiva, por isso incentiva o filho a treinar, mas, ao mesmo tempo, prepara o garoto para outros desafios, caso não seja possível prosseguir como profissional. “Falo para ele que a única certeza de futuro é a escola, que ele tem que continuar se dedicando aos estudos”, afirma.
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Conversa sincera e acolhedora
Às vezes, mesmo com todo apoio e incentivo da família, os filhos não conseguem levar adiante o sonho de infância, seja por falta de talento, habilidade, disciplina ou outras circunstâncias. Segundo explica a psicóloga Jurema Teixeira, especialista em Desenvolvimento Infantil e professora da Faculdade de Psicologia da Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban), ao identificarem que os filhos não levam jeito para uma determinada carreira, os pais devem conversar de maneira sincera e acolhedora e mostrar que existem outras possibilidades a seguir. Assim, se a criança quer ser modelo, mas não tem o biotipo exigido, os pais podem incentivá-la a fazer alguma atividade relacionada ao mundo da moda, por exemplo.
Foi o que fez a dentista Cristina Bechelli ao perceber que o sonho do filho Rennan, hoje com 23 anos, de ser jogador de basquete não iria se concretizar. Apaixonado pelo esporte, o menino começou a participar de jogos em clubes amadores com 11 anos de idade, mas, embora tivesse habilidade técnica, esbarrou em outro problema: a altura, que o impediu de entrar para o time profissional. “Ele teve de parar de jogar aos 17 anos. Foi um momento difícil, ele ficou em depressão”, conta a mãe. Foi então que ela o incentivou a participar de outras atividades nas quais sentia que o filho se sairia bem, como o teatro. Deu certo. Rennan acabou trocando as quadras pelos palcos.
Assim como fez Cristina, a orientação aos filhos precisa ser baseada em um conversa franca, procurando sempre enaltercer as qualidades da criança e ajudando-a a reconhecer outras habilidades profissionais. “Os pais também devem apontar o que o jovem pode fazer em contrapartida, sempre ressaltando o que ele tem de bom e nunca apontando os defeitos”, finaliza Jurema Teixeira.
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