Pesquisa mais longa sobre o tema até agora mostrou que o exame previne 30% do total de mortes por câncer de mama
Exames de mamografia reduzem mais mortes por câncer de mama do que acreditavam os especialistas na doença. A conclusão é de um estudo em larga escala feito na Suécia.
Na pesquisa que acompanhou mulheres ao longo de 30 anos – é o mais longo até agora – os médicos constataram que os benefícios desse exame de detecção do câncer de mama vêm ficando mais claro na medida em que passam as décadas.
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De fato, a maioria dos benefícios é vista mais de 10 anos depois de iniciado o primeiro exame, e os exames seguintes são capazes de prevenir mais mortes por câncer do que qualquer outro exame de detecção, reportam os pequisadores.
“A boa notícia é que se considerarmos os efeitos em longo prazo do exame na mortalidade por câncer de mama, o benefício absoluto do exame em termos de vidas salvas é consideravelmente maior do que o antes pensado”, disse o líder do estudo, Stephen W. Duffy, especialista em prevenção do câncer e professor da Universidade de Londres.
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Estudos têm debatido por muitos anos qual a melhor idade para fazer a primeira mamografia e com que frequência ela deve ser feita – no Brasil a recomendação é a partir dos 50. No novo estudo, Duffy e seus colegas seguiram mais de 133 mil mulheres entre 40 e 74 anos, de dois condados suecos.
As mulheres foram divididas em dois grupos: o primeiro foi convidado a fazer o rastreamento com a mamografia e o segundo foi composto por mulheres que recebiam os cuidados usuais, pelo sistema de saúde. A fase de rastreamento durou cerca de sete anos. Mulheres entre 40 e 49 anos foram convidadas a fazer o exame a cada dois anos e as participantes entre 50 e 74 anos a cada 33 meses. O acompanhamento durou 29 anos.
Depoimento: "O diagnóstico precoce salvou minha vida"
Para cada mil a 1,5 mil mamografias, uma morte por câncer de mama foi evitada, concluiu o grupo liderado por Duffy. Outra análise mostrou que, para cada 2,5 mil mulheres entre 40 e 49 anos convidadas para fazer o exame, uma morte foi evitada. O estudo foi publicado na edição deste mês do periódico científico Radiology.
“Fiquei surpreso e tranquilizado com o quão duradouro e consistente foi o benefício dos exames ao longo de três décadas” disse Duffy.
Não foi possível “destrinchar” os benefícios específicos dos exames em mulheres por volta dos 40 anos, observou o médico. Mas outros estudos sugerem que “embora o benefício seja menor, ainda há uma redução da mortalidade como rastreamento nessa idade”, disse.
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Ao final do estudo, os pesquisadores observaram 30% menos mortes no total de óbitos por câncer de mama no grupo convidado para fazer o rastreamento, em comparação ao que não foi.
Também foi constatada uma redução absoluta substancial nas mortes por câncer. Após 29 anos de seguimento, de 34 a 42 anos de vida foram salvos para cada mil mulheres rastreadas por sete anos, e uma morte por câncer de mama foi evitada para cada 500 mulheres, aproximadamente.
Também foi constatada uma redução absoluta substancial nas mortes por câncer. Após 29 anos de seguimento, de 34 a 42 anos de vida foram salvos para cada mil mulheres rastreadas por sete anos, e uma morte por câncer de mama foi evitada para cada 500 mulheres, aproximadamente.
Se o rastreamento tivesse seguido por outros 10 anos com os mesmos benefícios, apenas 300 rastreamentos seriam necessários para salvar uma vida, diz o estudo. Além disso, para cada mil mulheres rastreadas a cada dois anos em idades entre 40 e 69 anos, seriam evitadas de 8 a 11 mortes por câncer de mama. Duffy não espera que os resultados de sua pesquisa encerrem o debate sobre quando e com que frequência se deve fazer a mamografia.
“Sempre haverão céticos para argumentar que os benefícios da mamografia são pequenos demais para justificar os custos financeiros do exame”, disse o médico.
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