A dor da separação e cinco passos para recomeçar
Relacionamentos não terminam do dia para a noite. Especialistas falam sobre como lidar com a fase difícil
Terminar um relacionamento não é tarefa fácil. A boa notícia é que a dor vai passar. Antes do alívio, porém, algumas fases serão inevitáveis. Raiva, negação, depressão e inquietação, as sensações podem partir e voltar. "O que machuca não é só a perda de um companheiro, mas o medo de ficar sem todo o pacote: a vida social, a segurança financeira, entre outras coisas", diz o psicólogo Ailton Amélio da Silva, professor da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo o psicoterapeuta Eduardo Ferreira-Santos, para muitos a separação é vivida como um momento de luto. Ele observa que o rompimento é ainda mais difícil para casais com filhos. “Prepare-se para um tsunami”, avisa sobre a provável devastação emocional.
O músico paulista Eduardo Cunha, 32, sabe bem o que é isso. Um casamento feito às pressas, de cinco anos, deixou marcas que ainda não se apagaram, mesmo após dois anos. “Foi um casamento cheio de turbulências desde o início. Tivemos bons momentos, claro, como o nascimento do nosso filho, hoje com quatro anos. Mas ainda posso sentir o desgaste que a relação trouxe”, conta ele.
É difícil quebrar o vínculo rapidamente com alguém que foi tão próximo. Porém, para a separação ser menos dramática, Ailton recomenda que as lembranças do antigo relacionamento sejam reduzidas. “Manter objetos, fotos e outras coisas do ‘ex’ em casa é sinal de que você ainda não se separou”.
Há dez meses, a paulistana Marcela, 26, fez uma faxina na casa após o término do namoro. “Não queria nenhum vínculo”, diz. Determinada, a nutricionista se livrou de presentes e lembranças do ex-namorado. “Eu estava muito desconfiada, pessoas me diziam coisas sobre ele”, relembra. Diante de tantas suspeitas, o namorado não vacilou: terminou o namoro com ela.
É difícil quebrar o vínculo rapidamente com alguém que foi tão próximo. Porém, para a separação ser menos dramática, Ailton recomenda que as lembranças do antigo relacionamento sejam reduzidas. “Manter objetos, fotos e outras coisas do ‘ex’ em casa é sinal de que você ainda não se separou”.
Há dez meses, a paulistana Marcela, 26, fez uma faxina na casa após o término do namoro. “Não queria nenhum vínculo”, diz. Determinada, a nutricionista se livrou de presentes e lembranças do ex-namorado. “Eu estava muito desconfiada, pessoas me diziam coisas sobre ele”, relembra. Diante de tantas suspeitas, o namorado não vacilou: terminou o namoro com ela.
Segundo Ailton, aquele que toma a iniciativa da separação – por vontade própria, sem que a descoberta de uma traição o empurre para isso – já está em vantagem porque escolheu o momento certo para encerrar o romance. Contudo, na maioria das vezes, quem termina também sofre. Do outro lado, é preciso, claro, sentir a perda para então superá-la de forma otimista, recuperando a individualidade e o gosto pela vida.
Ferreira-Santos diz que o luto pela “morte” de uma relação tende a durar de seis meses a um ano. Em casos quase patológicos, pode chegar a dois anos. Sobre os primeiros meses após o término, Marcela conta: “Chegava a falar com a minha mãe umas três vezes por dia, durante horas, e só chorava. Foi um período muito difícil”, diz ela.
Experiências determinam novos relacionamentos
“Estabelecer novas relações foi complicado devido ao trauma e também à decepção por ter falhado. Acho que isso é comum, sentir culpa e frustração. Hoje saio com outras pessoas, mas certamente casar não está nos meus planos”, afirma Eduardo.
Marcela conta que o término do namoro a deixou mais desconfiada em relação aos homens. “Demorei meses para conseguir sair com outra pessoa. E o que mais me deixava triste era saber que ele já estava saindo, mas eu não conseguia dar esse passo. Atualmente, se um cara me diz que vai jantar com os pais, por exemplo, eu já acho que ele está mentindo”, diz.
Para o terapeuta Hemir Barição, professor de psicologia da PUC-SP, as pessoas devem controlar a ansiedade causada pela solidão. “É preciso ter paciência para não embarcar logo numa relação sem saber por qual motivo a outra não deu certo. A solução é acreditar em si mesmo e levar a vida adiante, mas agora, com uma experiência inesquecível nas costas”, aconselha.
Cinco lições para recomeçar
1. Não se apegue a lembranças: Quanto menos fotos, presentes e pertences do outro você deixar pela casa, mais suave será a ruptura. Topar com objetos faz relembrar cheiros, toques e sonhos. Os especialistas dizem que, depois da separação, as lembranças não precisam ser necessariamente apagadas, mas mantidas bem longe -- pelo menos por um bom tempo.
Ferreira-Santos diz que o luto pela “morte” de uma relação tende a durar de seis meses a um ano. Em casos quase patológicos, pode chegar a dois anos. Sobre os primeiros meses após o término, Marcela conta: “Chegava a falar com a minha mãe umas três vezes por dia, durante horas, e só chorava. Foi um período muito difícil”, diz ela.
Experiências determinam novos relacionamentos
“Estabelecer novas relações foi complicado devido ao trauma e também à decepção por ter falhado. Acho que isso é comum, sentir culpa e frustração. Hoje saio com outras pessoas, mas certamente casar não está nos meus planos”, afirma Eduardo.
Marcela conta que o término do namoro a deixou mais desconfiada em relação aos homens. “Demorei meses para conseguir sair com outra pessoa. E o que mais me deixava triste era saber que ele já estava saindo, mas eu não conseguia dar esse passo. Atualmente, se um cara me diz que vai jantar com os pais, por exemplo, eu já acho que ele está mentindo”, diz.
Para o terapeuta Hemir Barição, professor de psicologia da PUC-SP, as pessoas devem controlar a ansiedade causada pela solidão. “É preciso ter paciência para não embarcar logo numa relação sem saber por qual motivo a outra não deu certo. A solução é acreditar em si mesmo e levar a vida adiante, mas agora, com uma experiência inesquecível nas costas”, aconselha.
Cinco lições para recomeçar
1. Não se apegue a lembranças: Quanto menos fotos, presentes e pertences do outro você deixar pela casa, mais suave será a ruptura. Topar com objetos faz relembrar cheiros, toques e sonhos. Os especialistas dizem que, depois da separação, as lembranças não precisam ser necessariamente apagadas, mas mantidas bem longe -- pelo menos por um bom tempo.
2. Avalie os pontos frágeis do relacionamento: Colocar as cartas na mesa para você mesmo sobre o que poderia ter funcionado melhor no relacionamento pode ajudar na hora de buscar explicações para o término. Essa análise franca deve servir para promover um ponto final íntimo, e não para remoer mágoas e achar culpados.
3. Curta o período de liberdade: Após a separação, é bom aproveitar a liberdade para conhecer novas pessoas, realizar antigos projetos ou simplesmente ficar na sua própria e ótima companhia. É o momento ideal para recuperar a individualidade antes de entrar em uma nova relação.
4. Não caia na tentação de “trocar um santo pelo outro”: A velha história de curar um amor perdido com outro novo em folha nem sempre faz sentido. Fragilizada, a pessoa pode se magoar facilmente e estabelecer relações de carência e dependência.
5. Não se culpe: A culpa prende ao passado. Um relacionamento é feito por duas pessoas que devem se dedicar de forma igual à relação. Por isso, não se deixe tomar por questionamentos como “onde foi que errei” ou “o que devo mudar”, pois nem sempre essas perguntas trazem respostas.
Mas se nada disso adiantou para acalmar a dor, tenha em mente que provavelmente seu relacionamento de anos deu certo, ele só não foi eterno.
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5. Não se culpe: A culpa prende ao passado. Um relacionamento é feito por duas pessoas que devem se dedicar de forma igual à relação. Por isso, não se deixe tomar por questionamentos como “onde foi que errei” ou “o que devo mudar”, pois nem sempre essas perguntas trazem respostas.
Mas se nada disso adiantou para acalmar a dor, tenha em mente que provavelmente seu relacionamento de anos deu certo, ele só não foi eterno.
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3 comentários:
Seria melhor se não passássemos por essas dores, mas faz parte. Experiências podem gerar maturidade.
Pois e, anônimo, é doído, mas, praticamente, inevitável.
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