quinta-feira, 28 de abril de 2011

12 alimentos essenciais para seu filho

As nutricionistas Fernanda e Patrícia Faria, da Duo Nutri, elaboraram uma lista de alimentos e seus respectivos benefícios às crianças

Renata Losso, especial para o iG São Paulo
Foto: Getty Images Ampliar
Alface: propriedade calmante

Alface: A lactucina está no talo da planta e tem propriedade calmante e folato. A falta dele pode levar a depressão, confusão mental e cansaço.

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Aveia: Tem altos níveis de triptofano, auxiliar do bom humor, e doses de selênio e vitamina B6, aliados no combate à ansiedade e depressão.

Arroz: Aumenta a síntese da serotonina, por ser fonte de carboidratos, e minimiza sintomas da depressão e da ansiedade. O arroz integral é melhor, por conter mais fibras e vitaminas.
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Banana diminui a ansiedade

Banana:
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Ovos: nutrientes ajudam na manutenção da memória
Ovo: A gema é rica em colina, nutriente importante para a produção de acetilcolina, neurotransmissor atuante na formação e manutenção da memória. Além disso, proporciona sensação de bem-estar.

Espinafre: Contém ácido fólico, magnésio e vitaminas do complexo B capazes de ajudar a prevenir a depressão.

Grão de bico: Contém grande quantidade do aminoácido triptofano, que ajuda na produção de serotonina.

Laranja: Rica em vitamina C, cálcio e vitaminas do complexo B, a laranja ajuda o sistema nervoso a funcionar adequadamente e previne o cansaço e o desânimo.

Leite e derivados: Contém vitaminas do complexo B, capazes de prevenir quadros de depressão.

Peixes: Fontes de ômega 3, vitamina B6, selênio e magnésio, importantes para prevenir ansiedade e depressão em crianças.

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Diminui a ansiedade e ajuda a garantir um sono tranquilo, por ser fonte de carboidratos, potássio, magnésio e biotina. A banana também possui vitamina B6, fundamental para o funcionamento do sistema nervoso central.

Carne vermelha: Boa fonte de niacina e de ferro. A falta da niacina pode causar sintomas de depressão. A do ferro deixa a criança apática, fraca e com dificuldade de concentração.

Castanha: Rica em triptofano e magnésio. Juntas, as substâncias auxiliam a produção de serotonina, neurotransmissor ligado ao bom humor.

terça-feira, 26 de abril de 2011


Para que se possa estudar a história da Educação e da Pedagogia, é necessário distinguir, primeiramente, suas definições. Tem-se como Educação aquilo que influencia o ser humano de modo intencional e sistemático, a fim de formá-lo e desenvolvê-lo; Pedagogia é a ciência da Educação, uma reflexão sistemática sobre esta. Ela é a ciência do espírito e está intimamente relacionada com a Filosofia, Psicologia, Sociologia e outras disciplinas.
Assim, tendo a Pedagogia como algo teórico, uma linha de pensamento, muitas vezes idealizada, é através desta que a Educação se expressa na prática, de acordo com a realidade e com as circunstâncias do momento.
Podemos dividir a história da Educação em dez fases: primitiva, oriental, clássica, medieval, humanista, cristã reformada, realista, racionalista e naturalista, nacional e democrática.
A educação primitiva baseia-se na caça e depois na agricultura, pois uma vez que estas eram a realidade do momento, o cenário histórico da época, foi então também a forma de educação existente. História e educação estão intimamente ligadas, portanto, a educação se manifestará de acordo com os acontecimentos históricos de um determinado período.
Uma vez que a caça e agricultura eram valorizadas, assim foi a educação da época; as crianças aprendiam como caçar, principalmente os meninos visto que esta era uma época fortemente patriarcal. Quando a agricultura passou a ter uma importância maior, a educação também mudou; o matriarcalismo imperava e as meninas aprendiam como cultivar e cuidar das terras.
A segunda fase, a chamada oriental (séc. 30 ao 10 aC) teve como foco as regiões do Egito, Índia, Arábia, China e o povo hebreu entre outros. Nessa época surge a existência de uma organização política, de um Estado propriamente dito, visto que na fase anterior não existia. Havia classes diferenciadas de atuação, ou seja, iniciou-se uma separação de categorias, sendo estas de guerreiros, sacerdotes e a massa do povo trabalhador. De acordo com nível de erudição de cada categoria, estudavam-se afazeres domésticos, agricultura, religião (budismo, os Vedas, Talmud e outras); a leitura e escrita eram ensinadas apenas aqueles com muita erudição, no caso os sacerdotes, e eram ensinadas sempre de modo mecânico e tradicional.
Já na fase clássica (séc. 5 a 10 dC), tendo como principais locais Grécia e Roma, o caráter humano passa a ser super valorizado; o Estado e a religião eram considerados, mas não tanto quanto o homem. Esse momento possui até hoje uma grande influência para nós. Foi a partir daí que a inteligência crítica passou a ser cultivada e a educação passou a fazer relações com a vida social e individual do ser humano. A organização política também tornou-se mais sólida nesse momento.
Em termos curriculares, a aprendizagem se dava através do uso de armas, jogos e esportes, artes musicais, oratória, gramática, retórica e mais tarde, matemática e astronomia, sempre ensinadas de forma memorizativa e com castigos. A educação nessa época era recebida nos palácios e castelos dos nobres, sendo este um assunto de responsabilidade muito mais da sociedade do que do estado. As enciclopédias também surgem nessa fase.
Mais tarde aparecem os sofistas, que foram "intelectuais" pertencentes à Grécia e que tinham o "dever" de formar o cidadão como político e orador, mas na verdade, ao que parece, eles queriam manipular as pessoa de acordo com seus interesses.
Nessa época começam a surgir os grandes filósofos que influenciaram e influenciam até hoje o pensamento ocidental.
Sócrates, ao contrário dos sofistas, não passava seus ensinamentos por dinheiro; fazia-o espontaneamente. Sua linha educacional era de caráter moral, ético e espiritual. Através da Virtude, ele ensinava seus discípulos a pensar; seus diálogos eram cheios de ironia e maiêutica (forçar ou sugerir o pensar) para que se pudesse perceber a ignorância do ser humano. Pode-se dizer então que este é o início do humanismo na educação. Platão também contribuiu e muito na educação. Apesar de ser também humanista, ele tinha um caráter um pouco mais voltado à política; para ele, a educação estava ligada ao estado e vice-versa. Sua principal idéia em relação à educação era de "formar o homem moral dentro de um Estado justo".
Aluno de Platão, Aristóteles foi um grande educador, principalmente de príncipes. Foi responsável pela educação e formação de Alexandre, o Grande. Havia também uma preocupação em valorizar o lado humano e, através do método indutivo ele preparava seus alunos para a vida.
Tratando um pouco mais sobre a educação romana, esta era passada de uma forma um pouco mais formal do que a grega, dando um maior valor à família e à política. Como se pode notar, essa foi uma fase de grande movimento e mudanças.
A partir do surgimento do cristianismo, a igreja passa a ser a orientadora responsável pela educação, de forma que tudo aquilo que era valorizado nessa religião, automaticamente o era na educação. A igualdade entre os homens e a supervalorização da família faziam parte do processo de educação dos padres e monges, como também o ensinar a ler e a escrever para que se pudesse ler a Bíblia e os Evangelhos. Com isso, o estudo passa a ter um caráter fortemente religioso e é nessa época que surgem também as escolas de catequistas.
A quarta fase, a medieval, mantém a religiosidade de maneira mais intensa do que a fase anterior, valorizando a emoção, as matérias abstratas e literárias e desprezando o cientificismo. O latim passa a ser estudado como língua universal e é nessa época que a ordem dos beneditinos surge.
A chamada educação cavalheiresca também se dá neste momento, de forma que a honra, a fidelidade, a proteção e a cortesia passam a fazer parte da formação. Grandes universidades como a de Oxford é fundada, assim como Roger Bacon e São Tomas de Aquino fazem também parte dessa época.
A educação humanista (séc.15) surge na época renascentista. Da mesma forma que esta quer, historicamente, resgatar a época clássica, a educação por sua vez também retoma os valores da Grécia e Roma. Nesse momento, a burguesia está em alta opondo-se ao clero e a nobreza. As bases econômicas passam a se fortalecer e o espírito de liberdade e criticismo voltam a ser valorizados, ao contrário da fase anterior. A cultura está em alta e as matérias científicas passam a ser consideradas sem desvalorizar as humanas. Passa-se a investir mais na educação das classes baixas. Se esta fase é um retorno à antigüidade, então o estudo do latim e do grego, o esporte, o intelecto e a estética retomam uma posição de destaque. Grandes pensadores da renascença pertencem a essa época.
Tratando ainda do movimento humanista, surge a educação cristã reformada (séc.16) que engloba a Reforma de Lutero e Calvino dando origem ao Protestantismo; e a Contra-Reforma, que foi a revisão da própria igreja católica visando a disciplina e a correção dos abusos existentes. A leitura da Bíblia ainda estava em alta e a valorização do ensino popular também, para que todos pudessem lê-la. Lutero e Calvino passaram a dar valor não só ao latim mas também a própria língua, eles queriam que o indivíduo estivesse preparado para a sociedade. Foi nessa época que a "Companhia de Jesus", fundada por Inácio de Loyola aparece, formada por padres e jesuítas que tinham o intuito de difundir a religião e de fundar escolas.
A partir do século 17, a educação realista passa a vigorar, de forma que o raciocínio passa a ser ultra valorizado. Depois de dar tanto valor à religião, fé e emoção, as ciências exatas começavam a imperar, mas ainda assim a religião tinha um papel importante, porém não tanto quanto a épocas anteriores.
A oitava fase da educação, racionalista e naturalista, ainda pertencente ao mesmo século da fase anterior, tem o intuito de difundir ainda mais a educação para toda a população. Para tanto, foi necessária a intervenção do Estado para que todos pudessem ter acesso a ela. Nesta fase, a religião cai drasticamente, de forma que esta é "substituída" por educação moral e cívica. Desta forma, fica claro a força que o Estado passa a ter a partir de agora.
Por outro lado, tentando esclarecer a chamada educação naturalista, tem-se Rousseau como ponto de partida. Ele tentou resgatar a idéia do homem primitivo ou natural, que possui uma essência. Segundo ele, a liberdade para o homem é fundamental, porém não desenfreada ou sem limites. Sua preocupação era a de formar o homem enquanto ser humano.
A penúltima fase, a nacional, se dá na época da Revolução Francesa, ainda no séc.17. Da mesma forma que a Revolução Francesa pregava a liberdade, fraternidade e igualdade, a educação da época também o fazia. Desta forma, eles queriam despertar o espírito social nas pessoas. A religião passa a ter uma posição de neutralidade e o Estado passa a ser a "nova religião" do momento.
O século 19 tem como principal característica o cientificismo e o positivismo, a época onde surgiram muitos cientistas e filósofos positivistas como foi o caso de August Comte.
Porém, é nessa época também, que cada país se "fecha" envolvendo-se com suas necessidades. Desta forma, o nacionalismo e o patriotismo ficam em alta.
A última fase, a democrática, pertencente ao nosso século, traz à educação uma abertura muito grande em termos pedagógicos. O ensino passa a desprezar as linhas tradicionais, intelectuais e livrescas, dando lugar à "Educação Nova". Nomes com Maria Montessori, Piaget, Decroly e outros dão uma visão diferenciada ao ensino. O aluno passa a ter maior autonomia e o Construtivismo ocupa um lugar de destaque neste momento. A abordagem tradicional entra em crise devido à própria situação histórica em que vivemos atualmente e a tecnicista passa também por reformulações, de forma que a chamada abordagem consumatória e a sócio cultural tomam mais força de maneira coerente ao que entendemos por Democracia.
Veja abaixo as teorias pedagógicas mais buscadas pelas escolas e pelos pais atualmente.
Papel do Professor
CONSTRUTIVISMO
Deve estar vigilante, sem ser restritivo, procurando antecipar respostas possíveis, encorajando a criança a encontrá-las, aceitando hipóteses provisórias que surgem nas aulas.
FREINET
É um orientador, pois sabe mais que os alunos - mas tem de usar seu conhecimento como instrumento de meditação. É amigo, age e aprende com os alunos.
MONTESSORI
Se quiséssemos resumir seu dever principal, deveríamos dizer que é explicar o uso do material. Ele representa, antes de tudo, um traço de união entre esse material e a criança.
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
É um "fisioterapeuta da inteligência". Deve abandonar o conceito unitário de inteligência e ver-se não como um repetidor de conceitos, mas como um estimulador de talentos.
WALDORF
Profundo conhecedor do ser humano, deve usar o amor como base de relação com os alunos e ter qualidades artísticas, principalmente criatividade e fantasia.
O que Fazer com os Alunos Apáticos ou Rebeldes 
CONSTRUTIVISMO
As relações de conduta em sala de aula devem ser trabalhadas a partir de "contratos" - nos quais todos têm as mesmas responsabilidades e direitos.
FREINET
À medida que as crianças propõem suas idéias e trabalhos, os apáticos e rebeldes também vão acabar se colocando no grupo e descobrirão aquilo que gostam de fazer.
MONTESSORI
Cada criança tem seu espaço. Aos poucos, consegue-se a normalização. Rebeldes são isolados em algum canto da sala, enquanto os demais continuam suas atividades.
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Essas atitudes estão condicionadas ao aluno ter inteligências dinâmicas ou ignoradas pela escola. Uma criança com talento pictórico precisa de estímulos para escrever.
WALDORF
São tratados pelo professor em sala de aula. Em casos mais graves, há um auxílio de um grupo de apoio pedagógico, que trabalha pela reintegração.
Como se Realiza a Aprendizagem
CONSTRUTIVISMO
O conhecimento é construído a partir da interação entre a criança e o meio. Conhecer é agir.
FREINET
Tateamento experimental. A criança vai tateando e aprendendo, dando passos até acertar.
MONTESSORI
Na alfabetização, método fonético. Passa-se à criança a letra e seu som. Associa-se o som a uma imagem conhecida.
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Inteligência não é apenas a capacidade de entender alguma coisa, mas também criatividade e compreensão.
WALDORF
Varia conforme a faixa etária: 0-7 anos, por imitação; 7-14, vivências emocionais; 14-21, cognição intelectual.
FONTE: SALA DE AULA – COTIDIANO EDUCACIONAL

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cientistas buscam a fonte da coragem
Série de estudos acadêmicos tenta desvendar como a coragem se manifesta no corpo
The New York Times - IG
Em seus 20 anos como bombeiro e paramédico de Colorado Springs, no Colorado, Bruce Monson, de 43 anos, teve algumas danças com a morte: telhados em chamas caindo sobre ele, fumaças tóxicas quase o sufocando.
Porém, pior do que qualquer risco pessoal é o que Monson chama de "chamadas de crianças com problemas", como a de uma mãe que havia colocado o filho de 18 meses no berço, ao lado de uma janela com persianas e uma velha corda.
"O bebê havia agarrado a corda e a enrolado em volta do pescoço, e a mãe o encontrou daquele jeito", contou Monson. "Fui o primeiro a chegar na porta. Em pânico, ela jogou a criança em minhas mãos, gritando: 'Por favor, salve meu filho!'"
O corpo do bebê estava azul, mas Monson e seus companheiros enfrentaram o desespero da mãe com foco profissional - e fizeram o melhor que podiam.
"Trabalhamos sobre ele por mais de uma hora", disse Monson. "É como um estado de calma. Você fica tão sintonizado no que está fazendo que nem pensa sobre a realidade da situação".
Mas o melhor deles não foi o bastante, e mais tarde, no hospital, estabeleceu-se a terrível tristeza. Enquanto Monson preenchia seu relatório, a mãe ninava o filho morto na chamada "cadeira de balanço do luto", balbuciando as últimas despedidas. Seus familiares apenas olhavam, lamentando a cena.
A imagem daquela mãe na cadeira de balanço vem à mente de Monson toda vez que ele atende uma chamada de "criança com problemas", estimulando-o a seguir em frente, a nunca desistir ou ficar negligente e cínico, a simplesmente fazer seu trabalho; e fazendo seu trabalho, ele salvou muito mais vidas do que perdeu.
Apenas uma única vez ele permitiu que a imagem da cadeira o assustasse - quando sua própria esposa estava no mesmo hospital, sendo submetida a uma cirurgia de emergência para uma gravidez ectópica rompida, e sua filhinha casualmente subiu na cadeira do luto.
"Mesmo sabendo que era algo completamente irracional de se fazer", disse ele, "eu fiz ela descer daquela cadeira".
A coragem é algo que queremos para nós em grandes quantidades, e veneramos nos outros sem restrições. Mesmo assim, em toda a eterna centralidade da coragem em qualquer narrativa padrão da grandeza humana, só recentemente os pesquisadores começaram a estudá-la sistematicamente, tentando definir o que é e o que não é, de onde ela vem, como se manifesta no corpo e no cérebro, com que animais a compartilhamos e por que a amamos tanto.
Um novo relato na revista "Current Biology" descreve o caso de uma mulher cuja rara síndrome congênita a deixou completa sem medo, levantando uma grande pergunta: seria melhor vencer os próprios medos ou nunca tê-los sentido?
Em outro recente estudo, neurocientistas examinaram os cérebros de pessoas enquanto elas lutavam, com sucesso, para vencer seu medo de cobras, identificando regiões do cérebro que podem ser a chave para nosso heroísmo cotidiano.
Pesquisadores da Holanda estão estudando a coragem em crianças, para descobrir quando ela surge pela primeira vez  - e o que as crianças querem dizer quando chamam a si mesmas de valentes.
O tema da coragem evoca uma longa e dourada descendência. Platão incluiu a coragem entre as quatro virtudes cardinais ou principais, ao lado de sabedoria, justiça e moderação.
"Como uma virtude essencial, a coragem ajuda a definir a pessoa excelente e não é um mero traço opcional", escreve George Kateb, teórico político e professor emérito da Universidade de Princeton. "Uma das piores reprovações do mundo é ser chamado de covarde".
Porém, definir o que significa "ser corajoso" tem se mostrado tão difícil quanto diferenciar sábios de tolos. Para Platão e muitos outros entendidos, a coragem é acima de tudo uma arte marcial, demonstrada de forma mais imediata no campo de batalha - o ícone do bravo soldado, entrando na linha de tiro para salvar um companheiro ferido.
Mas Kateb aponta que, se a coragem encontra sua maior expressão na guerra, então o traço paradoxalmente se torna uma virtude imoral, enobrecendo a carnificina ao sustentar que apenas na batalha os homens - e geralmente são homens - podem descobrir a profundidade de sua nobreza.
Marilynne Robinson, romancista e crítica social, observou que a coragem "depende da definição cultural" e "é raramente demonstrada, exceto onde existe consenso suficiente para apoiá-la". Onde o martírio religioso é admirado, haverá mártires; onde o protesto social ou político é visto como uma guerra civil gloriosa, haverá uma erupção de manifestantes e palanques improvisados em toda esquina.
Em trabalhos pioneiros a partir da década de 1970, Stanley J. Rachman, da Universidade da Columbia Britânica, e outros, estudaram a fisiologia e o comportamento de soldados paraquedistas enquanto eles se preparavam para seu primeiro salto.
O trabalho revelou três grupos básicos: os excepcionalmente destemidos, que raramente exibiam sinais como coração acelerado, mãos transpirando, picos de pressão alta e outras reações associadas ao medo comum, e que saltavam sem hesitação; os "espremedores de mãos", cuja poderosa reação de medo os impedia de saltar no momento crítico; e, finalmente, os que reagiam fisiologicamente como o segundo grupo, mas que agiam como os valentes saltadores _ e pulavam pela escotilha.
Este último grupo foi considerado corajoso por Rachman, definindo a coragem como uma "abordagem comportamental apesar da experiência do medo". Segundo essa ampla definição, a coragem se torna democratizada e desmilitarizada, propriedade de qualquer pacifista que consegue fazer o discurso da convenção, ou do estudante que resolve se inscrever para uma aula de cálculo.
Conduzindo entrevistas com cerca de 320 crianças entre 8 e 13 anos, Peter Muris, da Universidade Erasmus de Rotterdam, e colegas, descobriram que as crianças também comparam a coragem com a conquista dos próprios medos, e mais de 70 por cento dos respondentes alegaram ter executado um ou mais atos de bravura em suas vidas, incluindo resgatar o irmão mais novo que havia caído na piscina, salvar um gato numa árvore, voltar para casa de bicicleta à noite e roubar dinheiro da bolsa da mãe _ sim, isso certamente faz seu coração disparar.
Joel Berger, biólogo da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem e da Universidade de Montana, também distingue entre animais que agem com bravura por falta de experiência - como pássaros alheios ao ser humano que pousam na borda de uma xícara para dar um gole - e aqueles que conhecem o perigo e, mesmo assim, prosseguem para enfrentá-lo.
Ele citou a ocasião em que ele e seus colegas imobilizaram um jovem bisão para coletar amostras de sangue e, quando retornaram, um bisão macho adulto montava guarda ao lado dele, recusando-se a deixar que os cientistas se aproximassem.
"Ele sabia que podia ser atacado por nós, e não havia um parentesco envolvido", afirmou Berger. "A coragem pode ser uma construção humana, mas eu chamaria isso de um ato corajoso, até mesmo heróico".
Buscando capturar a sensação de coragem em tempo real, Yadin Dudai, um neurobiólogo do Instituto de Ciência Weizmann, em Rehovot, Israel, e colegas, examinaram os cérebros de pessoas uma notória fobia de cobras no momento em que eram confrontadas com uma serpente viva, grande, assustadora - e inofensiva.
Deitados no aparelho do teste, os participantes podiam escolher entre permitir que a caixa com a cobra fosse colocada mais perto, ou mantê-la afastada. Conforme relato na revista "Neuron", em junho, aqueles que venceram o medo e apertaram o botão "aproximar cobra" mostraram ativação numa região do cérebro chamada de córtex cingulado anterior subgenual.
Localizado na parte frontal do cérebro, a estrutura já foi relacionada à depressão e, estranhamente, ao comportamento altruísta, podendo também ajudar a negociação entre emoção e percepção, impulso e ponderação.
O pequeno grupo de neurônios reconhece o temor interno, mas age rapidamente para estancar esse poder amedrontador. E faz isso basicamente reduzindo a atividade da amígdala cerebelosa, há tempos conhecida como o reduto central do medo no cérebro.
Para os grandes covardes entre nós, a necessidade crônica de vencer o medo pode se tornar tediosa. Por que não simplesmente "pular" a alvorada do cingulado anterior e amordaçar de vez a reação medrosa do cérebro? A história de S.M., uma mulher de 44 anos cuja rara doença genética destruiu seletivamente o par de amígdalas cerebelosas, mostra a nítida desvantagem de uma vida sem medo.
Conforme descrito em "Current Biology" por Justin Feinstein, um neuropsicólogo da Universidade do Iowa, e colegas, a aparentemente normal S.M. é incapaz de se assustar.
Ela alega ter medo de cobras e aranhas, e talvez tivesse, em sua infância pré-doença. Porém, quando a levaram a uma loja de animais exóticos, os pesquisadores ficaram estarrecidos; em vez de evitar as cobras e aranhas, ela ficou desesperada para segurá-las.
Os pesquisadores levaram S.M. a uma famosa casa mal-assombrada; ela riu nas partes assustadoras, e alegremente fez os funcionários fantasiados de monstros pularem. Fizeram-na assistir a filmes de suspense e terror, como "O Silêncio dos Inocentes" e "Halloween", e ela não demonstrou absolutamente nenhum sobressalto.
Essa ausência de medo pode parecer boa na segurança de sua casa, mas S.M. acaba criando seus próprios filmes de terror na vida real. Ela caminha sozinha por bairros perigosos à noite, aborda estranhos suspeitos sem nenhuma malícia, e já foi repetidamente ameaçada pela morte.
"Ela é alguém que fica o tempo todo se colocando no caminho do desastre", disse Feinstein. "Se tivéssemos um milhão de S.M.'s andando por aí, o mundo seria uma completa confusão".
As chamadas preocupantes continuariam chegando, e as cadeiras de balanço nunca estariam vazias.

sábado, 23 de abril de 2011

Música é um de sete novos conteúdos obrigatórios nas escolas

Música é um de sete novos conteúdos obrigatórios nas escolas

Conselheiros Nacionais de Educação dizem que só transversalidade das disciplinas permitirá introduzi-los

Cinthia Rodrigues, iG São Paulo
Nos últimos quatro anos foram acrescentados ao currículo da educação básica mais sete conteúdos obrigatórios. Em 2007, uma lei introduziu direitos das crianças e dos adolescentes. Em seguida, em 2008, entrou história e cultura afro-brasileira e indígena. Logo depois, vieram filosofia e sociologia – estas como disciplinas para o ensino médio – e, ainda naquele ano, música. Em 2010, uma emenda somou artes regionais e um decreto estabeleceu educação financeira.
Foto: Arquivo Pessoal Ampliar
Professora de educação musical Liane Hentschke diz que o mínimo necessário é um professor formado

Para cada novo componente foi dado um prazo de adaptação válido para escolas públicas e privadas. A obrigatoriedade do ensino de música começa no próximo mês de agosto, mas o Ministério da Educação (MEC) criou apenas este mês um Grupo de Trabalho para estabelecer a metodologia de implantação do conteúdo. Enquanto isso, algumas redes contrataram profissionais, outras investiram em projetos fora do horário de aula e a maioria ainda não se adaptou.

Pela lei, não é necessária uma disciplina para música, mas apenas a introdução de conteúdos. Dessa forma, diferentes professores poderiam introduzi-la dentro ou fora do horário de aula.

Liane Hentschke, professora de educação musical da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – instituição que é referência na área no País – defende que o mínimo seja um educador com formação específica e equipamentos musicais. “Dá para começar com o laboratório de informática e trabalhar softwares musicais com os quais as crianças já estão habituadas fora da escola, mas é importante ter um professor com consciência dos objetivos e que saiba introduzir outras músicas” afirma, acrescentando que depois de alguns meses também será necessário apresentar instrumentos.

“É preciso ter pelo menos aparelho de som, DVD, televisão, instrumentos de percussão, de corda, tambores e chocalhos. Para usar a voz, é preciso um profissional que entenda de canto, não é só cantar”, explica.

Ainda assim, ela defende que a música não ocuparia o tempo das disciplinas já existentes, pelo contrário, ajudaria a melhorar a compreensão delas. “Contribui para as capacidades de leitura, comunicação, sociabilidade, ouvir o outro, lógica, interpretação e ainda pode ser uma forma de incluir deficientes diversos”, argumenta.

Solução é integrar

A integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), Clélia Brandão, lamenta que o estabelecimento de obrigatoriedade seja traduzido como um imposição de um componente sem conexão com os demais. “A música é fundamental desde a Grécia antiga e queríamos garantir que ela fizesse parte da formação dos jovens, ela agrega e serve para tornar a escola atraente. Agora vemos redes pensando no que dar de forma isolada, por série ou fora do contexto das outras áreas, isso é um modelo falido”, diz.
Queríamos garantir que a música fizesse parte da formação por agregar e tornar a escola atraente. Agora vemos redes pensando no conteúdo de forma isolada, por série ou fora do contexto, isso é um modelo falido"

Para ela, a música deveria integrar turmas diferentes e fazer parte de projetos com conteúdos de várias áreas. “A gente tem sido tradicionalista, tratando o aprendizado como uma série de pedacinhos, isso torna difícil acrescentar algo novo, a sonoridade deveria ajudar a unir e não entrar como outro conteúdo separado”. Ela espera que a equipe formada este ano possa esclarecer este “mal entendido”. “A escola tem que ousar ou estamos perdendo tempo.”

Outro conselheiro, José Fernandes Lima, critica a criação de muitos conteúdos novos. Relator de uma proposta de mudança no ensino médio que daria autonomia às escolas para montar suas grades curriculares, ele diz que os conteúdos devem ser dados de forma integrada e que o próximo passo seria tornar mais difícil a imposição de componentes. “Precisa estabelecer que direitos humanos são conteúdo? E educação a favor da diversidade? São coisas que a escola precisa ensinar pelo exemplo e o tempo todo, casos assim não devem ser colocados como componentes sob o risco de serem tratados apenas na aula específica do assunto.”

sexta-feira, 22 de abril de 2011

POLUIÇÃO SONORA
“JUNTE-SE A NÓS NA BATALHA CONTRA O RUÍDO”
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Surgiu há 15 anos o Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído (INAD International Noise Awareness Day) que pretende sensibilizar as pessoas sobre a poluição sonora, suas causas e efeitos em toda a comunidade de vida. Em 2011 a campanha será focada no dia 27 de abril, sendo que na semana do dia 25 ao dia 29, em todo o mundo serão realizadas palestras, testes de audição e orientação para o controle do ruído. O lema deste ano é “Junte-se a nós na batalha contra o ruído”.

No dia 27 de abril haverá um minuto de silêncio, entre 14h25 e 14h26, para destacar o impacto do ruído, proporcionando aos participantes uma pausa e uma oportunidade de conscientização sobre este mal que apesar de não enxergarmos, podemos sentir seu impacto cada dia mais presente em nossas vidas.

Para melhorar a visibilidade da campanha ''Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído'' (INAD) no Brasil, foi lançada oficialmente a página http://www.inadbrasil.org/ para divulgação e referências. O novo site, que será atualizado com freqüência para acompanhar o ritmo do desenvolvimento das ações do INAD, disponibiliza, entre outras informações, os contatos dos coordenadores estaduais, os materiais de divulgação para download e diversos links para campanhas semelhantes no exterior.

A Equipe da UMAPAZ já participou desta campanha em outros anos e esta participando em 2011 novamente. Com a formação da UMAPAZ – Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de São Paulo no ano de 2006 as Danças Circulares passaram a integrar a metodologia de aulas unindo educação ambiental e cultura de paz. Dentre as ações que foram implantadas a partir de 2006 ocorre um círculo aberto semanal. Na programação das aulas, a última aula de cada mês configura-se como uma roda meditativa que utiliza danças que conduzem à introspecção, quietude, relaxamento e cultivo do “ser interior”. Estas rodas meditativas surgiram desde 2009 a partir da comemoração do “Dia Internacional da conscientização sobre o ruído” onde o objetivo foi despertar o silêncio interior e sensibilizar as pessoas sobre os efeitos da poluição sonora nos ambientes e em suas vidas. O sucesso desta iniciativa foi tanto junto ao público participante que esta ação se mantém até hoje! No dia 27/04/2011 vamos dançar das 9 às 11 horas participando desta campanha contra o ruído!

Faça parte desta causa, acesse http://www.inadbrasil.org/.
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CONHECENDO UM POUCO MAIS SOBRE A POLUIÇÃO SONORA...

A poluição sonora é o efeito provocado pela difusão do som num tom demasiado alto, sendo o mesmo muito acima do tolerável. Ocorre quando num determinado ambiente o som altera a condição normal de audição. Embora ela não se acumule no meio ambiente, como outros tipos de poluição, causa vários danos ao corpo e à qualidade de vida das pessoas.

O ruído é o que mais colabora para a existência da poluição sonora. Ele é provocado pelo som excessivo das indústrias, canteiros de obras, meios de transporte, áreas de recreação. Estes ruídos provocam efeitos negativos para o sistema auditivo das pessoas, além de provocar alterações comportamentais e orgânicas.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera que um som deve ficar até 50db (decibéis – unidade de medida do som) para não causar prejuízos aos seres humanos. A partir de 50db, os efeitos negativos começam. Alguns problemas podem ocorrer a curto prazo, outros levam anos para serem notados.

Os efeitos negativos da poluição sonora na saúde dos seres humanos se expressam em efeitos psicológicos e fisiológicos conforme os itens abaixo:

Efeitos Psicológicos
- Estresse - Depressão - Agressividade
- Perda de Atenção e Concentração
- Perda dos Reflexos - Perda de Memória
- Irritação Permanente
- Insegurança quanto à eficiência dos atos
- Embaraço nas conversações
- Perda da Inteligibilidade das palavras
- Impotência Sexual.

Efeitos Fisiológicos
- Perda auditiva até a surdez permanente
- Dores de cabeça - Fadiga, cansaço
- Insônia (dificuldade de dormir) - Loucura
- Distúrbios cardiovasculares - Distúrbios hormonais
- Gastrite e úlcera - Disfunções digestivas
- Alergias - Aumento da freqüência cardíaca
- Contração dos vasos sanguíneos
- Queda de rendimento escolar e no trabalho.

As recomendações para evitar os efeitos nocivos da poluição sonora são: evitar locais com muito barulho; escutar música num volume de baixo para médio; utilizar protetor auricular em locais de trabalho com muito ruído; escutar mp3 player num volume baixo, evitar gritar em locais fechados, evitar locais com aglomeração de pessoas conversando, ficar longe das caixas acústicas nos shows de música e fechar as janelas do veículo em locais de trânsito barulhento.

Os danos à natureza

Na natureza, com exceção das trovoadas, das grandes cachoeiras e das explosões vulcânicas, poucos ruídos atingem 85 decibéis.

De acordo com uma pesquisa publicada no jornal “Trends in Ecology and Evolution”, a poluição sonora está se tornando a principal ameaça ao bem- estar dos animais selvagens. Segunda a pesquisa, várias espécies de pássaros que se comunicam pelo som evitam áreas de barulho, como em torno de rodovias. A reprodução de espécies que dependem da comunicação sonora também está sendo prejudicada.

Na Amazônia, insetos terrestres que caçam usando o som também evitam áreas em que foram construídas estradas.

O barulho provocado nos oceanos por navios comercias e sonares militares está ameaçando cada vez mais a sobrevivência de baleias e golfinhos.

Para a Organização Mundial de Saúde, a poluição sonora é uma das três prioridades ecológicas da próxima década.

Do ponto de vista fisiológico, a vegetação melhora o ambiente urbano através da capacidade de produzir sombra, filtrar ruídos, amenizando a poluição sonora. Melhora a qualidade de vida do ar, aumentando o teor de oxigênio e de umidade, absorvendo o gás carbônico, amenizando a temperatura (Graziano, 1994). Ou, como observam Sanchotene (1994) e Vidal e Gonçalves (1999), a presença dos arbustos e árvores no ambiente urbano, melhoram o micro clima. Isto é alcançado através da diminuição da amplitude térmica, principalmente por meio da velocidade e direção dos ventos, sombreamento, diminuição da poluição sonora e visual e contribuição para a melhoria física e mental do ser humano na cidade.

A arborização urbana, sendo corretamente utilizada, pode funcionar também como uma barreira física, proporcionando a absorção ou reflexão das ondas sonoras (Grey & Deneke, 1978; Milano, 1984).

A vegetação urbana atua como barreira acústica: eficácia na atenuação da energia de freqüência compreendida entre os 200Hz e os 500Hz. Ela potencia uma maior absorção e difusão sonora, reduzindo os efeitos de reverberação exterior. Incrementa a absorção sonora pelo sono e estão associadas à audição de muitos sons naturais agradáveis.
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Referências:

Mestrado de José Carlos Ramos Monteiro, “A arborização em vias urbanas da cidade de Manaus e sua relação com o conforto ambiental”
 
FONTE: BLOG UMAPAZ

Vencedor do 'Soletrando' estuda à noite e mora com avô analfabeto

Vencedor do 'Soletrando' estuda à noite e mora com avô analfabeto

Izael Francisco de Araújo, de 14 anos, mora no interior do Piauí. Agora, ele quer vencer a Olimpíada Brasileira de Matemática

Wilson Lima, iG Maranhão

 
Izael Francisco de Araújo, de 14 anos, aluno do 9° ano da Escola Municipal Teotônio Ferreira Brandão , em Cocal dos Alves, no interior do Piauí, é daqueles típicos estudantes do interior do nordeste brasileiro. Tímido, de poucas palavras e que não mede esforços para conseguir viver dias melhores. Agora, ele vai ter a chance de concretizar alguns desses sonhos. Ele venceu a edição deste ano do quadro “Soletrando”, do programa “Caldeirão do Huck”, apresentado por Luciano Huck na TV Globo.
Foto: Divulgação/TV Globo
Izael Francisco de Araújo (à esquerda), durante o concurso 'Soletrando',comandado por Luciano Huck

Izael tem a voz rouca, respostas rápidas, curtas e objetivas. Filho único, mora com a mãe, Maria Francisca de Brito, e com o avô, um lavrador analfabeto, Francisco Ricardo. A renda da casa de Izael vem apenas da lavoura do avô. O pai abandonou o filho quando dona Francisca Brito estava grávida. Apesar disso, o pequeno Izael diz não guardar mágoas do pai. A cidade natal de Izael, Cocal dos Alves, fica a 262 quilômetros de Teresina e tem 5,5 mil habitantes.

Ao vencer o “Soletrando”, Izael disse que realizou o maior sonho de sua vida. “Não tenho outros sonhos. Ainda não pensei nisso”, disse o estudante. “Trabalhei muito para isso. Estudei muito”, complementa. Agora, Izael está voltado a outro objetivo, nem tão cinematográfico: vencer a Olimpíada Brasileira de Matemática, marcada para o próximo dia 16 de agosto.

"Celebridade", menino estuda à noite
Foto: Divulgação/TV Globo Ampliar
Izael Francisco de Araújo desfilou em uma carreata e ganhou um netbook do governador: agora, ele terá R$ 100 mil para investir na sua educação

Quando crescer, Izael quer trabalhar com algo ligado à linguagem. A primeira opção é o jornalismo. “Me dou bem com as palavras. Esse é um bom início”, brinca. A escola onde Izael estuda foi reformada recentemente e é considerada uma das melhores em Cocais dos Alves, ainda que não ofereça turmas de 9º ano nos turnos matutino e vespertino. Izael, por exemplo, estuda à noite por causa dessa limitação.

Após a vitória no quadro “Soletrando”, Izael virou uma celebridade no Piauí. No sábado, depois da exibição do programa, ele ganhou uma carreata em Cocal das Alves. Izael participou da carreata com uma cartaz com o salmo 66, o “cântico de louvor a Deus pelas suas grandes obras”. Sua relação com os colegas de turma, segundo ele, não mudou. “Sempre tive uma boa convivência com as turmas. Agora, lógico, ainda tento me acostumar com tanto assédio”, brinca o estudante.

Na segunda-feira, ganhou um netbook do governador Wilson Martins (PSB). “A vitória destes meninos é mais que uma vitória particular, é de todo o Estado do Piauí. Isso mostra que temos estudantes capacitados na rede pública”, disse Martins também em referência a Sandoel Brito, 17 anos, campeão da olimpíada nacional de matemática em 2010. Izael também visitou redações de jornais e participou de programas de TV de Teresina.

O estudante do Piauí superou as estudantes Joyce, do Paraná, e Letícia, do Pará, na final do quadro “Soletrando”. Ele ganhou um cheque no valor de R$ 100 mil para ser investido em sua educação. Essa não foi a primeira vez que Izael participou das seletivas para o programa. No ano passado, ele ficou em segundo na seletiva estadual.

quinta-feira, 21 de abril de 2011


A MEDICINA MORTAL DA NOVA ORDEM MUNDIAL (IATROGENIA)http://www.youtube.com/watch?v=uhj154BX7uI&feature=channel_video_title















(Todas as estatísticas mostradas no vídeo são relativas aos EUA.)

A MORTE DA CONFIANÇA CEGA...
Você tem fé na medicina convencional? Por quanto tempo você vai fugir da verdade? Receitas médicas ilegíveis causam a morte de 7000 pacientes por ano, enquanto remédios desnecessários prejudicam 1,5 milhões (EUA). A cada ano há 7,5 milhões de cirurgias DESNECESSÁRIAS e morrem 106 mil pessoas por efeitos colaterais de medicamentos (EUA). Só 6% das reações adversas dos medicamentos são identificadas. A maioria dos seus efeitos colaterais são considerados sintomas de novas doenças, o que gera a prescrição de novos remédios, aumentando o risco de morte. A maioria dessas mortes são reações "esperadas", complicações da ação dos medicamentos. A mortalidade de pessoas de 45-64 anos que tomaram medicamentos conforme a receita aumentou 90% em 5 anos.

Em 2001 a Pfizer foi a empresa MAIS lucrativa da lista FORTUNE 500. Seu lucro foi de US$ 7,8 bilhões, MAIS que o lucro de todas as empresas da Fortune 500, ramos de construção, roupas, estradas e editoras, somadas!

A medicina moderna NÃO mais tem a ver mais com saúde. Tornou-se uma indústria da doenças e só sobrevive se milhões adoecerem e continuarem doentes. É uma indústria que se recusa a ver aspectos importantes de saúde, como o efeito negativo do estresse sobre a sistema imunológico, ou que alimentos industrializados, álcool, excesso de calorias e falta de exercício causam doenças, que a exposição a milhares de toxinas do meio ambiente e dos alimentos tem efeito direto nas doenças. Nos dizem para protegermo-nos do sol, e mais de 50 mil pessoas por ano morrem de câncer por não receberem luz solar suficiente.

Por que estão nos mantendo no "escuro"? Por que a verdade não está sendo buscada?
Siga a "pista"... dos LUCROS! Mais da metade da população dos EUA recebeu tratamento médico desnecessário. Isso significa cerca de 50 mil pessoas por dia... 42% já foram diretamente afetados por erro médico, de procedimentos ou medicamentos errados, e 84% conhece pessoalmente uma vítima de êrro médico. Esses erros médicos são como 6 aviões jumbo caindo todos os dias. A única diferença é que a mídia não noticia os êrros médicos. A taxa de êrros nas UTI é como o correio perder 16 mil cartas a cada hora, todo dia... ou bancos descontarem 32 mil cheques da conta errada a cada hora, todo dia, o ano inteiro. O sistema médico norte-americano é o assassino NÚMERO UM dos Estados Unidos.

As mortes causadas pela medicina convencional, em apenas uma década, corresponde a cerca de 8 milhões de vidas. Isso é mais do que todas as mortes em todas as guerras que os EUA participaram em TODA sua história. Em 2006 os gastos com saúde atingiram dois TRILHÕES de dólares. Deveríamos ter a melhor medicina do mundo- prevenir e reverter doenças e saber reduzir danos a um mínimo. Em vez disso, estamos sendo sepultados prematuramente.

Mais dados adicionais à esse sistema falho? O marketing enganoso mudou nossos hábitos alimentares, agora mais de 90% dos gastos com alimentos são com produtos altamente processados, comida não saudável. O açúcar nos refrigerantes é a fonte n° 1 de calorias nos EUA, o que causa 1 em cada 3 norte-americanos ter diabetes ou pré-diabetes, e 2 em cada 3 ser gordo. Metade dos gordos sao OBESOS.

Quantos precisam pular do abismo, antes de chegar sua vez? Medicamentos tóxicos nunca revertem uma saúde ruim, que é causada por má escolha dos alimentos. Pense nisso... Voce está pronto para se levantar e assumir a responsabilidade por sua saúde? Ou você vai permitir que a Big Farma (o cartel farmacêutico) o matem e depois acobertem o fato?

Dedicado aos: Milhões de pessoas que colocaram fé e confiança no sistema médico corrupto que lhes roubou as vidas em troca de lucro.

Assine o boletim informativo gratuito:
http://www.mercola.com/

Salvem a medicina natural e preventiva:
http://holosgaia.blogspot.com/2011/03/internautas-exercam-seu-poder-salvem.html

Iatrogenia refere-se a um estado de doença, efeitos adversos ou complicações causadas por ou resultantes do tratamento médico. Contudo, o termo deriva do grego iatros (médico, curandeiro) e genia (origem, causa pelo que pode aplicar-se tanto a efeitos bons ou maus. (wikipedia)

Fonte: Blog Videosvitais

173ª Parte - SOCIEDADE DO DECRESCIMENTO - Como se faz uma revolução cultural


Serge Latouche

Artigo de Serge Latouche
Publicado em março 3, 2011 por HC
O decrescimento é uma arte de viver. Uma arte de viver bem, em acordo com o mundo. O objeto do crescimento é também um artista. Alguém para quem o gozo estético é uma parte importante da sua alegria de viver.“
A reflexão é do economista e filósofo francês Serge Latouche, conhecido defensor do “decrescimento sustentável”, em artigo para o jornal L’Unità, 25-02-2011. O trecho faz parte de seu livro Come si esce dalla società dei consumi. Corsi e percorsi della decrescita, Ed. Bollati Boringhieri, 2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
A via do decrescimento é uma abertura, um convite a encontrar um outro mundo possível. Esse outro mundo nós o chamamos de sociedade do decrescimento.
O convite é a viver aqui e agora, e não em um hipotético futuro que, embora desejável, talvez não veremos nunca. Esse outro mundo, portanto, está também naquele em que vivemos hoje. Está também em nós. O caminho é também um olhar, um outro olhar sobre o nosso mundo, um outro olhar sobre nós. (…)
A “common decense”
A via do decrescimento é, portanto, acima de tudo, uma escolha. (…) É, em todo o caso, um caminho de saída da enorme decadência gerada pela sociedade do crescimento. Um caminho de saída para recuperar a estima de si mesmo. É o caminho para reconstruir uma sociedade decente. Uma sociedade decente, diz o ensaio, é uma sociedade que não humilha os seus membros. É uma sociedade que não produz lixo.
A via do decrescimento é também a “common decense” de George Orwell. A decência comum significa ter controle, estar atento, ser capaz de ter vergonha por aquilo que é feito ao mundo e às pessoas. “Ser desenvergonhado – diz Bernard Stiegler – significa ter se tornado incapaz de ter vergonha”. A sociedade do crescimento é um mundo desenvergonhado, um mundo em que reina o desprezo. E o desejo de fugir do desprezo é uma aspiração universal (talvez a única verdadeiramente universal) que se realiza apenas nas sociedades decentes. A ausência de controle, a falta de atenção equivalem à ausência da decência comum definida por Orwell. Um mundo decente talvez não é mundo de abundância material, mas é um mundo sem miseráveis e sem sujeira. (…)
Quando dizemos que o decrescimento é um projeto político, entendemos que é também uma ética, porque, para nós, como para Aristóteles, a política não é concebível sem uma ética, e vice-versa, mesmo que seja oportuno não confundir os dois planos. Uma política que fosse apenas uma ética seria impotente ou terrorista, mas uma política sem ética (como a que vivemos principalmente a partir da reviravolta dos anos 90, do grande salto para trás neoliberal) vê o triunfo da banalidade do mal. (…)
A via do decrescimento é também o da emancipação e da conquista da autonomia. É a busca pela liberdade verdadeira e não da sua caricatura, a do hedonismo desenfreado e sem regras, proposta pela publicidade e pelo marketing e promovida pelo novo espírito do capitalismo, falsamente alegre e de fato mortífero. (…)
A via do decrescimento é uma saída de emergência do beco sem saída da imundialização [immondializzazione, jogo de palavras entre imundo e mundialização]. O caminho do crescimento é um exílio. É a travessia do deserto rumo à terra prometida, mas é também um oásis no deserto do crescimento. “A revolução – adverte Jérôme Baschet – não tem sentido se ela não é concebida, ao mesmo tempo, como uma festa, se é privada daquelas ocasiões tão importantes como um baile ou uma explosão de risos… É vão querer combater a alienação com formas alienadas… É preciso admitir a impossibilidade de conduzir uma verdadeira luta pela humanidade sem começar a perceber, no próprio processo dessa luta, a verdade da humanidade à qual se aspira, sem reconhecer o direito ao prazer e a necessidade de uma poesia que nada mais é do que o nome dado a uma existência verdadeiramente digna do homem”.(…)
O decrescimento é uma arte de viver. Uma arte de viver bem, em acordo com o mundo. O objeto do crescimento é também um artista. Alguém para quem o gozo estético é uma parte importante da sua alegria de viver. (…) Fazer da sua própria vida uma obra de arte não é o objetivo, mas um dos resultados.
A via do decrescimento é uma ascese. Limitando-se ao aspecto curativo e à luta contra a toxicodependência do consumismo, pode-se retomar a ideia de Ivan Illich do “tecnojejum”. O decrescimento é um exercício de emancipação das próteses técnicas, uma libertação da servidão voluntária e uma alienação à autonomia.
A via do decrescimento é uma conversão de si mesmo e dos outros. A conversão exigida para realizar a transformação social necessária e desejável pressupõe que se crie uma atitude de acolhida e de abertura a essa mudança. Essa educação é, ao mesmo tempo e indissoluvelmente, saber e ética, resistência e dissidência. (…)
A via do decrescimento é reconquista da realidade e da terra que é o seu princípio. Trata-se de habitar a terra como um território, um lugar de cumplicidade e de reciprocidade. De reencontrar a nossa intimidade com uma dimensão originária. “Hoje, uma linha de horizonte técnica – escreve de modo inspirado Xavier Bonnaud – separa o ser humano da fauna e da flora. Esses elementos que o ser humano tem afastado, enfraquecido e canalizado não produzem mais nele aquelas relações afetivas profundas que derivavam de um contato direto”. (…)
A via do decrescimento é a da crítica livre. É a da autolimitação e não do desencadeamento sem freios das paixões tristes. O decrescimento quer retomar o programa de emancipação política da modernidade, enfrentando as dificuldades que a sua realização comporta. A experiência autenticamente democrática instaura uma experiência de transcendência do homem no homem que permite sair das aporias do igualitarismo. Como diz o filósofo belga Robert Legros: “Reconhecer uma limitação dos poderes do homem que não seja uma autolimitação significa claramente admitir uma heteronomia no centro da autonomia. Interpretar essa limitação como uma norma inscrita na humanidade do homem, e não como uma norma de origem religiosa, significa tentar compreender o sentido de uma heteronomia propriamente democrática”.
Se o decrescimento e o projeto de construção de uma sociedade autônoma realizam o sonho de emancipação dos Iluministas e da modernidade, não fazem isso por meio de uma desvinculação da ligação com a natureza e do enraizamento na história, mas, ao contrário, reconhecendo a dupla herança da nossa naturalidade e da nossa historicidade. É preciso lutar contra a ilimitação do indivíduo e da sua relação com a natureza que pretendemos criar.
A via do decrescimento é essa luta. A via do decrescimento é uma emancipação da religião do crescimento. Requer, portanto, necessariamente, também um “descrer”. É preciso abolir a fé na economia, renunciar ao ritual do consumo e ao culto do dinheiro. Para os teólogos Alex Zanotelli, Pe. Achille Rossi, Pe. Luigi Ciotti e Raimon Panikkar, assim como para Ivan Illich ou Jacques Ellul, a sociedade do crescimento apoia-se sobre uma estrutura de pecado.
Contrariamente à fórmula desventurada da encíclica Populorium progressio, o desenvolvimento não é o novo nome da paz, mas sim o da guerra, guerra pelo petróleo ou pelos recursos naturais em via de exaurimento. Na sociedade do crescimento, não haverá nunca mais nem paz nem justiça. Ao contrário, uma sociedade do decrescimento trará novamente ao seu próprio centro a paz e a justiça.
Não queremos cair na ilusão de uma mítica sociedade perfeita, em que o mal seria erradicado definitivamente, mas sim inventar uma sociedade dinâmica, que enfrenta as suas inevitáveis imperfeições e contradições, dando-se como horizonte o bem comum, ao invés da avidez desenfreada. A via do decrescimento não é uma religião nem uma antirreligião: é uma sabedoria.
Para os objetores do crescimento, a busca dessa via é um dever, mas não é um imperativo categórico de tipo kantiano, embora assumamos o imperativo kantiano assim como reformulado por Hans Jonas: “Age de modo que os efeitos da tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma vida autenticamente humana sobre a terra”.

(Ecodebate, 03/03/2011) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.
[IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

Fonte: Segredo do Planeta Shan