quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Saúde e Educação perdem cerca de R$ 7,5 bilhões de seus orçamentos

 

Ministério da Saúde viu limite de gastos encolher R$ 5,4 bilhões, enquanto Educação perdeu R$ 1,9 bilhão


Valor Online   -  IG                

O maior orçamento da Esplanada dos Ministérios é também o que dará a maior contribuição ao ajuste fiscal anunciado hoje pelo governo federal . Após ter seu orçamento fixado em R$ 77,58 bilhões pelo Congresso Nacional, O Ministério da Saúde viu o seu limite de gastos discricionários encolher R$ 5,47 bilhões.

Em nota, os ministérios do Planejamento e da Fazenda ponderaram que o valor reprogramado (R$ 72,11 bilhões) ainda é maior do que o previsto no projeto encaminhado ao Congresso em agosto de 2011 (R$ 71,68 bilhões). Outro ministério que não sofre corte comparativamente ao valor destinado pelo projeto original do orçamento é o da Educação.


O órgão terá R$ 33,36 bilhões, ante R$ 33,31 bilhões do projeto. Mas isso representa um corte de R$ 1,94 bilhão sobre o autorizado na lei aprovada pelo Congresso. O MEC é o segundo maior orçamento da Esplanada em gastos discricionários. Proporcionalmente, o Ministério das Cidades perdeu mais que Saúde e Educação. Foram R$ 3,32 bilhões, o que reduziu o valor disponível para R$17,461 bilhões.

O Ministério das Cidades é sempre um dos mais visados pelas emendas parlamentares ao orçamento e, por esse motivo, um dos principais alvos de ajuste na reprogramação orçamentária. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, houve corte de parte das dotações de emendas parlamentares em diversos ministérios. O terceiro maior corte em valores nominais foi o sofrido pelo Ministério da Defesa (menos R$ 3,2 bilhões), órgão que fica com orçamento de R$ 13,2 bilhões).


Apesar da proximidade da Copa do Mundo, o Ministério dos Esportes perdeu R$ 1,8 bilhão, mais da metade do que tinha na lei, ficando com R$ 717 milhões. Em valores nomiais, também substanciais foram os ajustes nos ministérios da Justiça (R$ 2,24 bilhões, para R$ 3,13 bilhões), da Integração Nacional (R$ 2,19 bilhões, para R$ 4,45 bilhões), do Turismo (R$ 2,01 bilhões, para R$ 603 milhões) e da Ciência e Tecnologia (R$ 1,48 bilhões, para R$ 5,23 bilhões). O Ministério dos Transportes, que agora tem um limite de R$ 17,06 bilhões, perdeu R$ 1,97 bilhão.

PAC e programas sociais

O corte não vai atingir os principais programas do governo federal, como o de Aceleração do Crescimento (PAC); o Minha Casa, Minha Vida e o Brasil sem Miséria. Segundo documento entregue pelo Ministério do Planejamento, “os recursos estão integralmente preservados, assim como [os recursos previstos para as] áreas da saúde e educação”.

Com o corte anunciado, as receitas líquidas foram reavaliadas e reduzidas em R$ 29,5 bilhões em relação ao previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA). Houve redução de R$ 14,6 bilhões na estimativa das receitas administradas pela Receita Federal e de R$ 4,8 bilhões na Contribuição para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

O documento destaca ainda que as “estimativas de arrecadação de quase todos tributos foram reduzidas”, com destaque para Imposto sobre a Renda (IR), Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidente sobre combustíveis, Contribuição para Financiamento de Seguridade Social (Cofins), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e PIS/Pasep.

Ainda foram reduzidas em R$ 7,1 bilhões as estimativas de arrecadação das demais receitas primárias do Governo Central ((Tesouro, Previdência Social e Banco Central), com destaque para dividendos, receitas próprias, contribuição para salário-educação e receita com concessões.

A redução das despesas obrigatórias ficou em R$ 20,5 bilhões. Com relação à Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano, enviada ao Congresso Nacional, as despesas discricionárias foram reduzidas em R$ 35 bilhões.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

HPV está em 30% dos casos de câncer de pênis

 

Estudo brasileiro pioneiro no mundo comprova que vírus também causa tumores em homens


Fernanda Aranda, iG São Paulo                    

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HPV está em 30% dos casos de câncer de pênisEstudo brasileiro pioneiro no mundo comprova que vírus também causa tumores em homens
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Foto: Getty ImagesAmpliar
Pesquisa mostra que HPV causa câncer de pênis

O mesmo tipo de vírus que pode evoluir para um câncer de colo de útero entre as mulheres também provoca tumores malignos no pênis, comprova uma pesquisa brasileira pioneira no mundo.
Três em cada dez homens que têm câncer peniano – que pode levar a amputação e morte em casos mais graves – estão contaminados pelo HPV, sendo que a transmissão mais comum dele é via sexo sem proteção.


O estudo, conduzido por profissionais do Hospital AC. Camargo – referência nacional no tratamento oncológico – mostrou que em 85% dos casos dos cânceres de pênis HPV positivos há presença do subtipo 16 do vírus (são cerca de 100 tipos existentes), justamente o mais recorrente nos casos femininos de câncer de colo de útero.

“Estamos diante de um problema grave. Se isso não for alertado e não desenvolvermos conscientização, teremos uma epidemia de cânceres ginecológicos, penianos e também na área da cabeça e do pescoço”, afirma a bióloga e geneticista Silvia Rogatto, uma das autoras do estudo.

Além do sexo com penetração, as relações sexuais orais desprotegidas já são apontadas como causa de câncer na boca, laringe e faringe, conforme mapearam pesquisas recentes que alertam sobre o assunto.


Segundo as projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca) são registrados em média 5 mil casos de câncer de pênis anualmente. Deste total, 1000 resultam em amputações totais ou parciais, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Já o câncer de colo de útero é o segundo mais incidente entre as mulheres, atrás apenas do de mama, o que reforça a necessidade de ações de prevenção entre os dois gêneros.


A mutilação peniana é decorrente do diagnóstico feito em estágios avançados da doença e, alerta o Ministério da Saúde, o público masculino tem mais resistência em visitar o médico e fazer exames preventivos – enquanto 16 mil consultas anuais são feitas em ginecologistas, apenas 2 mil homens visitam o urologista no ano.


Vacinas

A relação entre HPV, câncer peniano e câncer de cabeça e pescoço já tinha sido o argumento para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar, no ano passado, a vacinação contra o HPV para o público masculino. Até então, a imunização era restrita para mulheres.

Por ora, as doses preventivas só estão disponíveis em clínicas particulares brasileiras. Para chegar ao Sistema Único de Saúde (SUS), declarou recentemente o ministro da saúde, Alexandre Padilha, seria necessário torná-la mais versátil. Leia o posicionamento do Ministro.

Tratamentos

A pesquisa do AC Camargo, além de encontrar associação do câncer de pênis com o HPV, detectou que mutações no DNA e nas células dos pacientes com a doença também influenciam na letalidade do tumor.

Para chegar aos resultados, foram avaliados 42 homens com o diagnóstico da doença e feito um mapeamento genético do câncer. “Essas alterações podem direcionar os médicos e a própria indústria a elaborar tratamentos mais certeiros e com menos efeitos colaterais”, diz Silvia Rogatto.

“Isso pode incentivar os homens na busca de tratamento, já que muitos ficam distantes por receio extremo das amputações”, completa.

É importante ressaltar que as mutilações não são regra universal, porém indicadas justamente quando há demora para o diagnóstico, o que reduz os índices de sucesso de tratamentos como quimioterapia e radioterapia.


Além do HPV, outros estudos epidemiológicos já mostram outras causas do câncer de pênis. Um deles, feito também pelo AC Carmargo, identificou que quase 15% dos doentes relataram fazer sexo com animais (zoofilia). A má higiene é outro caminho para a infecção.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Os oito princípios de liderança de Madre Teresa de Calcutá

 

Livro traz preceitos básicos de gestão da religiosa que podem ser aplicados em todo tipo de empresa


Alessandra Oggioni, especial para o iG |
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Os oito princípios de liderança de Madre Teresa de CalcutáLivro traz preceitos básicos de gestão da religiosa que podem ser aplicados em todo tipo de empresa
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Pode parecer contraditório uma religiosa – que foi beatificada – dar lições para o mundo dos negócios. Mas à frente de uma organização com mais de 4 mil colaboradores e bilhões de dólares em doações, Madre Teresa de Calcutá foi um grande ícone de liderança, como mostra o livro Madre Teresa, CEO, escrito pelos norte-americanos Ruma Bose e Lou Faust, e lançado neste mês no Brasil.

Na obra, os autores mostram oito princípios de liderança preconizados pela freira albanesa que realizou grande parte de seu trabalho em Calcutá e foi a criadora da instituição Missionárias da Caridade, em 1948. Depois de esperar 20 anos por uma autorização da Igreja Católica para fundar uma nova ordem religiosa, ela iniciou o projeto de ajuda aos pobres e necessitados com apenas 500 rúpias e doze colaboradores.

Foto: DivulgaçãoAmpliar
A autora do livro, Ruma Bose, com Madre Teresa, em Calcutá, no ano de 1992

“Quando pensamos no estereótipo do líder ou de alguém que ocupa um cargo de chefia, jamais pensaríamos em uma freira. O livro apresenta uma nova visão de um lado de Madre Teresa que muitos não conhecem e irá mostrar ao leitor que é possível conciliar princípios íntegros ao desenvolvimento de um líder”, afirma a co-autora do livro, Ruma Bose, que passou um período em Calcutá em 1992 como voluntária, trabalhando ao lado de Madre Teresa.


Entre os oito princípios apresentados no livro, Bose acredita que o poder do silêncio é o mais difícil de ser aplicado pelos líderes de hoje. Segundo ela, um gestor precisa tomar decisões difíceis diariamente e o excesso de informação, muitas vezes, não o deixa focar naquilo que é importante para tomar a decisão mais adequada. A autora diz que, nestes momentos, Madre Teresa sempre recomendava parar e silenciar para ouvir a sua voz interior, sua experiência, seus sentidos e, assim, definir o rumo a seguir.

Ainda de acordo com Bose, que hoje é empresária e mora nos Estados Unidos, Madre Teresa (falecida em 1997) aprovaria a obra feita em parceria com o consultor de negócios Lou Faust. “Se ela pudesse ler o livro, iria gostar muito de ver mais um meio para que os seus conhecimentos fossem transmitidos, atingindo mais pessoas e melhorando suas vidas”.

De acordo com José Valério Macucci, especialista em gestão de pessoas e professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), os ensinamentos de Madre Teresa citados no livro fazem todo sentido no mundo corporativo de hoje. “Eu a contrataria como CEO. Muitas vezes, as corporações lidam com coisas, produtos, números e relatórios e se esquecem que na ponta da linha está o relacionametno humano, que é o alicerce de uma organização”, afirma Macucci.

Conheça os oito princípios de liderança de Madre Teresa de Calcutá.

1. Sonhe simples, fale com força

A simplicidade foi uma característica que sempre marcou a vida de Madre Teresa e isso se reproduzia também em sua linha de trabalho. A religiosa tinha uma visão cristalina sobre como e aonde deveria focar os recursos de sua instituição. Segundo ela, para que uma organização cresça, é preciso articular uma visão simples do que se quer alcançar.

Muitas vezes, no entanto, para saber o que realmente se quer é preciso introspecção. Por isso, a freira pregava a importância de reservar um tempo para pensar e refletir sobre seus próprios sonhos.

Além de saber aonde se quer chegar, para alcançar o sucesso também é essencial convencer os outros a se envolverem com o mesmo ideal. Esse discurso persuasivo, ela chama de “falar com força”: um líder deve se comunicar com paixão e convicção a respeito de sua visão para contagiar sua equipe. E essa comunicação não se limita à fala.

“[Madre Teresa] liderou pelo exemplo, vivendo uma vida coerente com seu ideal. Ao vivenciar o que acreditava, ela inspirou outros a segui-la” .

2. Para chegar aos anjos, lide com o diabo

Apesar de sua bondade, Madre Teresa também foi uma líder criticada. Muitas pessoas viam com maus olhos o fato de a religiosa aceitar doações de políticos opressores e empresários de ética duvidosa. No entanto, ela dizia que o bem que aquele dinheiro poderia fazer ao servir os mais pobres superava o caráter de sua fonte.

"Ela aceitou a caridade dos demônios para chegar aos anjos”.

Como líder, muitas vezes será preciso lidar com questões éticas no dia a dia de trabalho. Por isso, é importante ter bem claro quais são os princípios que guiam sua organização.

“Líderes precisam saber onde colocar seus limites. Tem de ter coragem para decidir que compromissos são aceitáveis e aqueles que não são. Nem sempre você fará as escolhas certas e receberá críticas por isso”

Em resposta às críticas, Madre Teresa aconselhava a permanecer firme em suas crenças e focar em fazer seu trabalho da melhor maneira possível.

3. Espere e eleja seu momento

Madre Teresa sempre soube que estava predestinada a ajudar os pobres, mas teve de esperar o momento certo para começar a agir. Desde o dia em que ela teve a ideia de criar uma nova ordem religiosa até o momento de sua fundação, passaram-se 20 anos.

Em meio a esse trajeto, que às vezes pode ser tão longo como o de Madre Teresa, duas qualidades são mais do que essenciais: a paciência e a perseverança. Em meio a isso, porém, é fundamental se preparar e se capacitar para levar um projeto adiante, seja ele um cargo diferente ou uma nova empresa.

Em toda a etapa de preparação para a fundação de sua organização, Madre Teresa observava três aspectos fundamentais: as questões emocionais, financeiras e operacionais. Antes de iniciar qualquer empreitada, é preciso muito planejamento.

Sendo assim, faça a si mesmo as seguintes perguntas: “Estou capacitado para resistir às pressões do cargo e encarar os desafios que vêm pela frente?”, “Tenho um plano financeiro para garantir que a organização inicie seus projetos e siga adiante?”, “Tenho capacidade de desenvolver e liderar as atividades necessárias para que a organização funcione diariamente?”. As respostas a estas perguntas darão o rumo para você seguir em frente.

Para o especialista em gestão de pessoas José Valério Macucci, esperar para eleger o momento certo é conciliar sabedoria e paciência. “Tem coisas que precisam de um determinado prazo para maturação. Como líder, é importante entender esse momento e usar isso com sabedoria. Só não se pode entender a paciência como postergação”, afirma o professor do Insper.

4. Acolha o poder da dúvida
Foto: DivulgaçãoAmpliar
Capa do livro "Madre Teresa, CEO", que aborda princípios de liderança da freira albanesa

Apesar da fé, Madre Teresa também teve seus momentos de dúvida. A diferença é que a religiosa não permitiu que estas dúvidas a impedissem de prosseguir com seu projeto.


"Duvidar não é, necessariamente, ter uma crise de fé. Obstáculos fazem parte da vida diária. Você pode ter fé que alguma coisa boa vai acontecer, mas duvidar de como vai conseguir chegar lá”

Quando acontecia isso, a religiosa dizia que é importante conhecer e processar as dúvidas, usá-las para questionar-se e reforçar as próprias crenças. Abraçar o poder da dúvida não significa duvidar de sua visão. Questões poderosas podem iluminar melhor as formas de alcançar o que se deseja.

Além de abraçar as próprias dúvidas, Madre Teresa também acolhia as questões de cada pessoa como se fossem chaves para um aperfeiçoamento.

“Quando os outros falavam, ela só ouvia. Se a pergunta conduzisse à compreensão de como atuar melhor, ela agia”

Para o professor José Valério Macucci, este é um ponto fundamental. “Ouça e vá em frente. Nunca se feche na possibilidade de ser o dono da verdade. Crie na dúvida a possibilidade de ampliação, de análise, de entendimento, de renovação de ações”, diz.

5. Descubra a alegria da disciplina

Para Madre Teresa de Calcutá, disciplina tinha a ver com o que fazer, mas, muitas vezes, o benefício vem a longo prazo e requer muito esforço e força de vontade. Para ter prosperidade nos negócios e não deixar que a repetição das atividades cotidianas leve ao tédio, a religiosa dizia que é essencial descobrir a alegria da disciplina.

Para ela, isso significava acordar e se sentir feliz em realizar as tarefas do dia a dia. As coisas pequenas do cotidiano. Madre Teresa acreditava que se você cuida direito de suas pequenas responsabilidades, a vida o recompensará com grandes responsabilidades.

“A alegria da disciplina começa com o entendimento de que disciplina é uma prática. Como qualquer prática, para ser efetiva tem de ser repetida. Desenvolve caráter, habilidades e resistência”.

6. Comunique-se em uma língua que as pessoas entendam

Comunicar-se em uma língua que as pessoas entendam não significa saber falar inglês, espanhol ou qualquer outro idioma. Esta mensagem de Madre Teresa tem um conteúdo mais profundo, que é transcender as barreiras da linguagem e se comunicar com um gesto, um sorriso, compreender o que outro precisa de maneira mais humana.

Por isso, para Madre Teresa, a comunicação tinha mais a ver com o ouvir do que com o falar. A autora Ruma Bose revela que a religiosa tinha tempo para todas as pessoas que se aproximavam dela e sempre as ouvia com ternura e dedicação. Em outras palavras, ela procurava compreender o seu público.

Com esse conhecimento em mãos, na hora de falar, Madre Teresa interagia de forma especial com o seu público, pois sabia de suas necessidades e falava o que outro precisava ouvir, adquirindo a confiança de seu ouvinte. Isso vale muito para os líderes atuais. Um bom profissional de negócios é capaz de se ajustar ao estilo de outras pessoas, mas sem perder a autenticidade e a empatia.

De acordo com o professor José Valério Micucci, especialista em gestão de pessoas, saber se comunicar é uma das qualidades mais importantes de um líder. “Um bom executivo tem três atributos essenciais: sabe ouvir, saber expressar-se de forma adequada de acordo com o seu público e estabelecer empatia, ou seja, saber colocar-se do lugar do outro”.

7. Preste atenção no faxineiro

Madre Teresa sabia que é impossível construir qualquer coisa sozinho. Nos negócios não é diferente. É preciso valorizar as pessoas, reconhecê-las, para extrair delas o melhor que têm a oferecer. Por isso, faça perguntas aos seus colaboradores e, sobretudo, grave o nome de todos com os quais convive diariamente.

Para ela o título que uma pessoa possui não interessa, mas, sim, o que ela é. Desta forma, ao interagir com os colaboradores da empresa, trate a todos da mesma maneira, com o mesmo respeito, isso vale para o faxineiro e para o executivo sênior.

“Valorizar seus colaboradores é ser recompensado com lealdade, produtividade, eficiência, baixo nível de demissões, confiança, sentido de comunidade, apoio de seus investidores e aumento de vendas”.

Segundo o especialista em gestão de pessoas José Valério Micucci, o líder tem de saber lidar com gente, respeitar as pessoas. “Este é um ponto imprescindível. Madre Teresa talvez seja um dos maiores exemplos de respeito às pessoas: ela tratava com o mesmo respeito um doente terminal, uma criança suja nas ruas de Calcutá ou o primeiro ministro britânico. Este é um princípio que vem de dentro para fora e não de fora para dentro”, comenta.


8. Use o poder do silêncio

Mesmo diante de tantas informações, relatórios, notícias e afazeres diários, um líder deve empregar o poder do silêncio para clarear sua mente e ouvir sua voz interior, segundo pregava Madre Teresa de Calcutá.

Para silenciar a mente em uma rotina tão atribulada como a que temos hoje, comece eliminando todas as distrações externas. Feche a porta, desligue o computador e o telefone. Em um ambiente silencioso, deixe que os problemas desabem sobre você. Concentre-se naquele que o está afligindo mais e permaneça assim até tomar uma decisão a respeito dele.

Madre Teresa dizia que, se você reservar tempo para silenciar sua mente com regularidade, ela encontrará as respostas de que você precisa para cada aspecto da sua vida.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Brasil tem 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola

Nenhum Estado atingiu a meta de inclusão de alunos para 2010 estabelecida de forma a chegar em 2022 com 98% matriculados

 

 Cinthia Rodrigues, iG São Paulo  




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O Brasil se afastou da meta de universalização de ensino para crianças e adolescentes de 4 a 17 anos. De acordo com monitoramento feito pelo ONG Todos Pela Educação com base nos dados demográficos e no Censo Escolar, há no País 3,8 milhões de pessoas nesta faixa etária fora da escola. A meta intermediária estabelecida pela organização para que, até 2022, estejam estudando 98% da população nesta faixa etária não não foi atingida por nenhum Estado em 2010.

Veja mais: Porcentual de alunos com aprendizado adequado a série por cidade

Os dados são acompanhados desde 2006, quando a ONG lançou 5 metas que considera relevantes para a educação no País. A universalização do ensino é a número 1. O relatório de 2011, apresentado na manhã desta terça-feira, é o mais preciso porque leva em conta a população exata medida pelo Censo de 2010. Até 2009, quando o cálculo era feito com margem de erro porque a contagem populacional era apenas estimada pelo IBGE, sete Estados estavam acima da meta: Roraima, Tocantins, Maranhã, Piauí, Ceará, Bahia e Distrito Federal. Na época, estimava-se 3,6 milhões fora da escola. Revistos os números, os dados pioraram.

O movimento Todos Pela Educação aponta o problema da falta de obrigatoriedade da educação infantil e do ensino médio como um dos agravantes para que a universalização não tenha avançado na velocidade esperada. Só em 2009, uma emenda constitucional previu que até 2016 as redes deveriam garantir acesso também nestas etapas.

Traduzidos em números, os porcentuais são alarmantes. Apenas no Estado de São Paulo, 607 mil crianças e adolescentes com idade entre 4 e 17 anos não frequentam a escola. No Amazonas, uma em cada sete pessoas nesta faixa etária não estuda.

O Estado mais próximo da meta é o Piauí que precisava alcançar 93,9% de matrículas em 2010 e chegou a 93,8%. Mesmo assim, 50,6 mil crianças e adolescentes estão fora dos bancos escolares.



Estado
População de 4 a 17 anos
Número de pessoas de 4 a 17 anos fora da escola
Porcentual fora da escola em 2010
Porcentual na escola em 2010
Meta em 2010 para chegar a 98% em 2022
Acre
234.416
35.092
15
85
90,6
Alagoas
888.575
89.989
10,1
89,9
92,2
Amapá
210.805
23.377
11,1
88,9
92,6
Amazonas
1.087.758
157.688
14,5
85,5
92
Bahia
3.569.209
277.690
7,8
92,2
93,3
Ceará
2.201.526
160.788
7,3
92,7
94,3
Distrito Federal
590.152
39.927
6,8
93,2
94,4
Espírito Santo
800.016
70.570
8,8
91,2
93
Goiás
1.419.351
142.997
10,1
89,9
92,7
Maranhão
1.947.833
149.539
7,7
92,3
93,1
Mato Grosso
759.816
80.558
10,6
89,4
92,3
Mato Grosso do Sul
598.876
62.456
10,4
89,6
92,4
Minas Gerais
4.429.933
363.981
8,2
91,8
93,4
Pará
2.258.608
256.323
11,3
88,7
91,7
Paraíba
938.254
73.614
7,8
92,2
93,6
Paraná
2.394.523
227.803
10,5
90,5
92,6
Pernambuco
2.215.391
189.195
8,5
91,5
92,8
Piauí
818.124
50.602
6,2
93,8
93,9
Rio de Janeiro
3.370.531
229.488
6,8
93,2
95,1
Rio Grande do Norte
783.350
56.059
7,2
92,8
93,9
Rio Grande do Sul
2.254.605
246.254
10,9
89,1
91,9
Rondônia
418.917
53.315
13,7
87,3
90,3
Roraima
139.784
18.286
13,1
86,9
93,5
Santa Catarina
1.367.045
117.616
8,6
91,4
94,3
São Paulo
8.724.474
607.238
7
93
94,7
Sergipe
548.621
37.313
6,8
93,2
93,6
Tocantins
386.751
35.559
9,2
90,8
92,5
TOTAL NO BRASIL
45.357.244
3.853.317
8,5
91,5
93,4