ESTE É UM ESPAÇO DEMOCRÁTICO, CRIADO, CONTUDO, PARA INCENTIVAR O PENSAMENTO REFLEXIVO, ISTO É, “A ESPÉCIE DE PENSAMENTO QUE CONSISTE EM EXAMINAR MENTALMENTE O ASSUNTO E DAR-LHE CONSIDERAÇÃO SÉRIA E CONSECUTIVA”.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
Aprovado investimento de 10% do PIB para a educação na Câmara
Comissão especial aprovou destaque mais polêmico do projeto que estabelece diretrizes para a educação no País
iG São Paulo |
A educação brasileira deverá receber investimento de 10% do PIB até 2020, segundo texto do Plano Nacional de Educação aprovado por unanimidade nesta terça-feira pela comissão especial que elaborou e discutiu a proposta no Congresso. O investimento na área era o ponto mais polêmico do projeto, que é discutido há 17 meses e cujo texto principal já foi aprovado no dia 13 de junho.
O investimento foi aprovado nesta terça-feira por meio de destaque do PDT, que cria ainda uma meta intermediária, de 7% do PIB para a área em cinco anos. O relator, Angelo Vanhoni (PT-PR), que havia sugerido 8%, apoiou de última hora a proposta.
Leia também: Mesmo com 10% do PIB, Brasil levará décadas para atingir desenvolvidos
O investimento foi aprovado nesta terça-feira por meio de destaque do PDT, que cria ainda uma meta intermediária, de 7% do PIB para a área em cinco anos. O relator, Angelo Vanhoni (PT-PR), que havia sugerido 8%, apoiou de última hora a proposta.
Leia também: Mesmo com 10% do PIB, Brasil levará décadas para atingir desenvolvidos
O percentual de investimento é um dos destaques que foi votado nesta terça-feira. Mais cedo, a comissão aprovou a antecipação da meta de equiparação do salário dos professores ao rendimento dos profissionais de escolaridade equivalente. O relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) previa a equiparação até o final da vigência do plano, que é de dez anos. Mas, o destaque dos deputados Antonio Carlos Biffi (PT-MS) e Fátima Bezerra (PT-RN) estabelece a equiparação até o final do sexto ano do PNE, o que corresponde a 2016.
Assim que todos os destaques forem votados, o texto segue para o Senado. O PNE estabelece diretrizes para a área em 10 anos.
Assim que todos os destaques forem votados, o texto segue para o Senado. O PNE estabelece diretrizes para a área em 10 anos.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
O texto abaixo é um comentário de Clege Firmino, pessoa que, pelo texto de Chris Bertelli, do portal IG, São Paulo, publicado aqui no Blog no dia 25 de fevereiro de 2012, teria dado uma entrevista sobre "Fobia social, timidez extrema".
Olá Professor Guilherme,
Gostaria muito de comentar na sua postagem “Não gostode pessoas”, mas estou encontrando grande dificuldade.
Até mesmo postar por E-mail não consegui.
Gostaria muito de comentar na sua postagem “Não gostode pessoas”, mas estou encontrando grande dificuldade.
Até mesmo postar por E-mail não consegui.
O que eu gostaria de postar, e estou fazendo sempre que encontro esta matéria na Net, é o seguinte:
“Eu realmente concedi esta entrevista, mas nunca imaginei que seria posto um título tão infeliz. Devido ao título as pessoas não compreendem a mensagem. A entrevista foi sobre "FOBIA SOCIAL / TIMIDEZ EXTREMA", da qual sofro desde que me conheço por gente, mas melhorei muito.
Postei no meu blog sobre minha experiência, pois quando descobri que havia outras pessoas, muitas, que sofriam do mesmo mal, foi um grande alívio para mim, saber que não era a única, e nem nenhum ser de outro planeta. Mas o que eu quis dizer foi que não me sinto à vontade com as pessoas porque sou muito tímida, e não que "não gosto das pessoas", se é que eu disse esta frase que nem me lembro, mesmo porque a entrevista foi bem rápida, via telefone.
Valeu Senhora Jornalista da qual nem lembro mais do nome.Valeu mesmo!! Agora eu preciso me explicar a toda hora; mas tudo bem, eu já até salvei esta pequena explicação, para copiar e colar quantas vezes forem necessárias, porque esta matéria está se multiplicando na net igual a coelho, e eu até acho isso engraçado, pois tenho um bom humor.
Mas na verdade o título foi muito infeliz MESMO, o texto apenas conta a minha experiência com fobia social / timidez extrema, o que é bem diferente de uma simples timidez.
A postagem que criei em meu blog e que levou a jornalista a me telefonar solicitando uma entrevista, e também em seguida enviar uma fotógrafa a minha casa, com meu consentimento foi:
http://clege.blogspot.com.br/2011/06/timidez-extrema-fobia-social-otimo-li.html
E é devido a esta matéria que eu mudei o nome do meu blog de"Sou Feliz - Coletâneas" para "Sou Feliz - Coletâneas - Gosto depessoas Sim!!"
Internet é assim mesmo, caiu na rede, já era.
Clege Firmino”
Permite-me?
sábado, 28 de abril de 2012
Direito do professor, formação dentro da escola falha
Por lei, um terço da carga horária do educador deveria ser para atualização, mas na prática tempo não existe ou é mal usado
Cinthia Rodrigues, iG São
Paulo
“Estou há 23 anos em sala de aula. Durante todo
esse tempo não presenciei HTPC (Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo) que faça
justiça ao nome”. O desabafo feito pela professora Vilma Nardes Silva Rodrigues
expõe uma das principais dificuldades que o educador enfrenta para realizar um
bom trabalho: a formação interna na escola, que deveria ser rotineira, ora não
existe, ora se deturpa. A questão é tema da terceira reportagem da série do
iG sobre como o professor tem pouca chance de aprender a
ensinar.
Em tese, a carreira dos mestres é estruturada para que ele se recicle e
estude como ajudar seus alunos durante todo o tempo em que estiver na ativa. A
necessidade de aprender constantemente é tão clara – ao menos na teoria – que
existe legislação para garanti-la.
Por lei, um terço da carga horária remunerada do professor deve ser destinado
a atividades extra-classe. Cabe neste tempo a correção de provas e trabalhos e o
planejamento pedagógico, mas a recomendação do Conselho Nacional de Educação é
de que os profissionais se reúnam para discutir dificuldades e soluções
pedagógicas.
A maioria das redes públicas sequer cumpre a
lei. Em vez de reservar 33% do tempo para que os docentes se preparem e deem
boas aulas nos outros 66%, prefeituras e Estados esperam que os profissionais já
cheguem preparados. “As pessoas acham que o professor é um ser que nasce pronto.
Longe disso, todos os dias há um duro trabalho de buscar novas formas de ensinar
a partir do diagnóstico dos alunos, que também é trabalhoso”, diz Norman Atkins,
presidente da Escola de Educação Relay, nos Estados Unidos, e um dos principais
críticos ao ensino apenas teórico que os professores recebem.
Mesmo no tempo destinado à formação, poucas escolas se dedicam a encarar as
dificuldades pedagógicas que os professores estão enfrentando. “Por mais que
estas reuniões sejam marcadas, o conteúdo é sempre de informes sobre datas,
procedimentos e burocracias”, lamenta Vilma que dá aulas em escola estadual,
municipal e particular em Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Ela conta que o tempo previsto fora de sala nas redes públicas - que não
chega a um terço das aulas, mas existe – sempre tem um roteiro definido por
governo ou direção. “Quando, muito esporadicamente, o tempo é para formação, a
equipe se reúne sem saber o que está ocorrendo com as turmas e o tema acaba
sendo um texto, uma apostila genérica, assuntos distantes do contexto da
aula.”
Em uma das melhores escolas municipais de São Paulo, a Desembargador Amorim
Lima, muitos professores estão prontos para admitir que não têm tempo suficiente
para formação. O iG acompanhou um dia de reunião na unidade
durante a semana de organização escolar, que antecede o início das aulas.
Os professores foram agrupados por módulos e passaram a maior parte do tempo
ajustando horários, turmas e como funcionaria a recuperação paralela. À tarde,
houve um exercício em grupo com a leitura de um texto sobre portfólio, proposto
pela consultora voluntária, Fátima Pacheco, uma das fundadoras da Escola da
Ponte (instituição em Portugal que conquistou alunos ao substituir a divisão
tradicional em turmas e disciplinas por projetos).
Todos estavam acostumados com a palavra portfolio no sentido burocrático, ou
seja, sabiam que se tratava de um documento sobre o desenvolvimento da aula que
deviam apresentar. Já o sentido pedagógico, de identificar o avanço e as
dificuldades de cada aluno, pegou de surpresa vários professores. Ao final, os
porta-vozes dos grupos admitiram que preenchiam o documento, mas não exploravam
sua função. “É algo que deveria ser trabalhado toda semana para que os
educadores pudessem se ajudar, mas a maioria das escolas que visito no Brasil
não usa bem”, comenta a consultora.
A diretora da unidade, Ana Elisa de Siqueira, reconhece as dificuldades de
formação. “O que posso lhe garantir é que nesta escola todos estão interessados
em fazer o melhor. A Fátima é benvinda e ajuda muito, mas são tantos problemas
para resolver, de toda ordem, que não conseguimos focar sempre no
ensino-aprendizagem.”
Apostilas expõem carência
A educadora Paula Lozano, autora de uma pesquisa para a Fundação Lemann sobre
o impacto da adoção de sistemas apostilados – que dão roteiros prontos para as
aulas – acha que o resultado é mais uma prova da falta de formação dos
professores. Segundo sua investigação, os municípios que usavam material
padronizado conseguiram melhores resultados que os demais, apesar da qualidade
questionável das apostilas e do impossível nivelamento que elas
pressupõem.
“Alguns sistemas eram bem ruins e, mesmo assim,
tiveram resultado melhor do que as aulas preparadas pelos docentes. Isso
significa que muitos educadores não conseguem organizar exercícios e atividades
para dar conta do conteúdo”, lamenta a educadora. Para ela, o Brasil devia
admitir a carência na formação do professor e ampará-lo mais enfaticamente. “Na
Finlândia, autonomia do professor é
ótima, todos sabem como dar aulas maravilhosas. Aqui, nem tanto.”
sexta-feira, 27 de abril de 2012
O mundo muda rápido, e a escola estacionou
Professores escolhem a carreira por falta de opção, fazem faculdades que não os preparam e repetem o mesmo com os alunos
Mateus Prado - IG
O mundo muda a uma velocidade cada vez maior. Minha geração só chegou a
conhecer a Internet na idade adulta. Hoje, a Internet é realidade para boa parte
dos estudantes brasileiros, e dificilmente eles compreendem um mundo sem ela.
Além disso, a velocidade e a variedade das tecnologias, como celular, televisão,
cinema, rádio, jornal impresso, entre outras, é enorme. Tudo muda a toda hora.
Os jornais com menos textos. Os celulares com mais recursos. A TV e o cinema com
fotografias cada vez mais rápidas, na velocidade de vídeo clipes. Tudo isto
encanta, apaixona, conquista.
Especial sobre formação do professor:
E a escola? É certo que universalizamos o ensino fundamental e caminhamos
para a universalização dos demais níveis de ensino, mas de que forma?
Diria que, se alguém dormisse pouco antes da promulgação da constituição de
88 (que universalizou o fundamental) e só acordasse hoje, ficaria espantado com
a quantidade de mudanças no Brasil. Aumentamos a urbanização, os carros já não
são ‘carroças’, o computador tomou conta de escritórios, repartições públicas e
casas de classe média, as ‘Lan Houses’ pipocam nos bairros pobres, fogões,
geladeiras e telefones ficaram mais populares e há mais lares, no Brasil, com
celular do que com geladeira.
Porém, em um lugar esta pessoa que dormiu por anos se sentiria bem à vontade,
quase como se tivesse acordado de uma soneca. Este lugar é a sala de aula.
Na sala de hoje, como na de 25 anos atrás, ainda há um professor à frente e
um monte de aluno, em fileiras ou bagunçando. O professor ‘ditando’ um conteúdo
que alguém, por algum motivo distante do pedagógico, provavelmente para vender
mais livros e apostilas, acha que é importante.
O mundo muda rápido, e a escola estacionou. A universalização da educação, no
Brasil, nada mais é do que uma tentativa, fracassada, de reproduzir o modelo de
quando a escola era para poucos. Não dá pra ser assim. Esta educação bancária,
em que se deposita conteúdos na cabeça dos alunos, ainda é herança do
iluminismo. Da mesma forma que acreditava que todo conhecimento poderia ser
colocado em um livro, os iluministas acreditavam que podia ser transferido para
uma pessoa (e esta é a lógica da sala de aula até hoje).
Só que um cidadão médio, no iluminismo, somando todo conteúdo que sabia,
conseguia colocá-lo em cerca de cinco quilos de papel. Hoje, cinco quilos de
papel, de conteúdo, é menos do que a edição de domingo do New York Times. Se
compararmos com a Internet então, e todo o conteúdo que existe nela, estes cinco
quilos são muito pouco. Se antes, com menos conhecimento disponível, tinha algum
sentido ensiná-los, agora não tem sentido nenhum.
Ao erro na opção de modelo de escola, somam-se outros. A universalização
aumentou consideravelmente a proporção da população em carreiras na educação,
com salários baixos sob a justificativa de que não dava para sustentar a
ampliação do sistema com salários competitivos. Dois tipos de profissionais vão
trabalhar com educação. Um é o de vocação, que escolheu ser educador, que faz da
educação quase que uma atividade missionária. Estes são a minoria. O outro é
aquele que não encontrou lugar melhor no mercado de trabalho. É aquele que menos
se preparou, que escolheu faculdades e cursos mais fáceis e baratos que está na
educação pelo salário, mas que certamente se dedicaria a outra profissão se
conseguisse uma remuneração maior.
Todos estes educadores, sem contar com milhões de prováveis talentosos
professores que optaram por outras carreiras, receberam uma realidade bem
diferente de quando a escola não era para todos. Se antes todos os alunos,
provenientes da classe alta e média, iam à escola com um vocabulário razoável,
com conhecimentos prévios ajustados com o conteúdo da escola, de famílias que
valorizavam a educação e acompanhavam seu rendimento, em sua maioria filhos de
mães que não estavam no mercado de trabalho e que podiam auxiliar no processo
educativo, hoje ficou tudo muito diferente.
O resultado óbvio da equação de professores despreparados, alunos com mais
necessidades e tentativa de reproduzir o modelo anterior é obvio. O fracasso.
Para atender à massa de pessoas interessadas em educação, que paga menos do que
outras profissões com exigência de nível superior, mas mais do que pra quem não
continua os estudos, proliferaram cursos de magistério, pedagogia e
licenciaturas. Sem qualidade na base, sem qualidade no topo. A mesma lógica que
afasta pessoas de vocação do ensino básico afasta do ensino superior. A
concessão política do funcionamento de várias faculdades e universidades criou
um péssimo sistema de formação de professores. Algumas raras exceções,
geralmente nas universidades públicas, acabam mandando seus alunos direto para
as salas de aula de escolas particulares.
A formação superior dos professores não difere, na lógica de estruturação e
funcionamento, do que é a educação básica. Na educação superior as licenciaturas
não formam educadores, formam biólogos, gramáticos, matemáticos, físicos,
geógrafos, historiadores, etc. Incentivados pelo seu curso superior, cada
professor faz o mesmo na sala de aula. Tentam formar pequenos gramáticos,
geógrafos, matemáticos. É interessante notar que o professor de matemática, em
geral, não sabe nada de literatura, o de geografia não tem ideia do que sejam as
contas de física, o de história não se dá bem com matemática; mas todos querem
que aluno saiba tudo de sua matéria.
As formações dentro da escola, quando existem, seguem um pouco a lógica do
que são os coordenadores pedagógicos. Alguém lembra as atividades diárias de um
coordenador pedagógico? Em geral é fazer horário, ver quem faltou, atender pai
de aluno, intermediar conflito, substituir o diretor de escola, cuidar da
logística da feira de artes e/ou ciências, organizar logística da festa junina,
zelar pelo bom comportamento dos alunos, verificar preenchimento dos diários,
cobrar entrega de notas, preencher formulários burocráticos, ‘entregar’ o Plano
Político Pedagógico, entre outras atividades. Isto o coordenador não faz por
desejo, faz por necessidade. Se não fizesse, a escola sairia de controle.
Eu pergunto: O que tem de pedagógico em tudo isto? Nada, ou quase nada. Mas,
se isto é o que faz o coordenador pedagógico, nada mais natural que as formações
de equipe estejam voltadas às áreas do trabalho diário. A práxis (prática) leva
a isto, não a concordância do grupo. Parafraseando o educador Rubem Alves,
mineiro da minha querida cidade de Lavras, ensinar o voo não é uma coisa
possível. O voo (as capacidades cognitivas) já nasce com as pessoas, com os
educadores e com os educandos. O voo pode ser encorajado, nunca ensinado.
Em uma sociedade em transformação, com as redes sociais aceleradas pela
Internet, com conteúdo sendo produzido a toda hora e a todo momento, com
qualquer aluno podendo chegar a uma aula sabendo mais de determinado assunto do
que seu professor, com a necessidade de formamos pessoas com capacidades
múltiplas, não tem mais nenhum sentido ‘engaiolar’ professores e alunos,
levando-os de cá pra lá e de lá pra cá.
A essência do ser humano, do professor ou do educando, é o voo. E para
encorajar o voo é preciso usar todo tipo de ferramenta disponível no mundo
moderno. Não existe uma receita pronta em que computador mais internet, mais
programa educativo, mais sistema de ensino, mais lousa interativa, mais tablets
é igual a super educação. Não existe porque somos seres diversos.
Aí está a grande dificuldade em ser educador, e aí está o que não pode ser
ensinado. Cada grupo, ou até mesmo cada aluno, reage diferente a diferentes
estratégias de educação ou de ensino-aprendizagem. A organização atual no Brasil
atende sim alguns alunos, mas talvez nem 10% do total. A imensa maioria não se
sente atraída pela escola, não a reconhece como espaço de reconhecimento, de
afirmação identitária.
O grande desafio para os educadores é justamente poder preparar cada aula com
muito cuidado, usando tecnologias mais próximas do educando, fazendo da aula
anterior uma avaliação para a formulação da atual, não organizar a aula focado
nas necessidades dos ditos ‘melhores alunos’ da sala, considerar as diferenças
entre os educandos, fazê-la inclusiva e, mesmo assim, estar preparado para que
tudo que foi planejado dê errado e que a aula tenha que ir por um outro caminho,
muito diferente do planejado. Sim, é difícil, muito difícil. Mas não fazer isto
é aceitar que a educação seja instrumento de justificação das diferenças
sociais.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Exemplos de práticas didáticas não ensinadas aos professor
Após mostrar como as faculdades são teóricas e a formação dentro da escola falha, iG reúne técnicas pontuais úteis aos docentes
Cinthia Rodrigues, iG São
Paulo |
Durante esta semana, o iG mostrou como o professor tem pouca
chance de aprender a ensinar. As faculdades têm apenas 5% a 10% de todo o
conteúdo voltado a métodos e práticas docentes e a formação dentro da escola,
prevista em lei, não ocorre ou se perde em questões burocráticas.
O problema se agrava com a velocidade das mudanças tecnológicas e a dificuldade dos docentes de aproveitar o potencial das ferramentas digitais. Na reportagem desta quinta-feira, estão reunidos os exemplos práticos de técnicas pedagógicas dados pelos especialistas que criticam o abandono da formação do professor.
1) Porta aberta para visitas
“A maneira mais simples e eficiente de trazer a vida real para a escola”, assim a diretora de avaliação da Universidad Cooperativa de Colômbia, Maritza Randon Rangel, descreve a abertura das salas de aula para pais, vizinhos e profissionais convidados, seja para assistir a aula ou participar. “Não é para fazer isso em uma festa, mas em aulas normais, tornar isso comum”, diz. “Alguém sentado no fundo da sala inspira mais respeito ao ambiente de aprendizado, parece que os estudantes pensam ‘vieram ouvir porque isso é importante’. Se alguém vai falar ao lado do professor a mensagem é ‘estão tão interessados em que eu aprenda que trouxeram reforço’” .
“A maneira mais simples e eficiente de trazer a vida real para a escola”, assim a diretora de avaliação da Universidad Cooperativa de Colômbia, Maritza Randon Rangel, descreve a abertura das salas de aula para pais, vizinhos e profissionais convidados, seja para assistir a aula ou participar. “Não é para fazer isso em uma festa, mas em aulas normais, tornar isso comum”, diz. “Alguém sentado no fundo da sala inspira mais respeito ao ambiente de aprendizado, parece que os estudantes pensam ‘vieram ouvir porque isso é importante’. Se alguém vai falar ao lado do professor a mensagem é ‘estão tão interessados em que eu aprenda que trouxeram reforço’” .
2) Checar os objetivos
O que os estudantes devem aprender ao final desta aula? E para a vida? Como uma coisa levará a outra? A educadora e autora Lea Desprebiteris, especialista em avaliações educacionais, lamenta que a maioria dos professores sigam um roteiro sem ter em mente o exato objetivo de cada atividade no plano de aprendizado. “O planejamento, que costuma ser entregue logo no começo do ano, só deveria ser feito a partir de uma reflexão sobre os objetivos a atingir com aquela turma e até com cada aluno. Ainda assim, ele precisa ser maleável, pois o resultado de uma aula é que vai levar ao realinhamento da próxima para chegar ao ponto desejado.”
O que os estudantes devem aprender ao final desta aula? E para a vida? Como uma coisa levará a outra? A educadora e autora Lea Desprebiteris, especialista em avaliações educacionais, lamenta que a maioria dos professores sigam um roteiro sem ter em mente o exato objetivo de cada atividade no plano de aprendizado. “O planejamento, que costuma ser entregue logo no começo do ano, só deveria ser feito a partir de uma reflexão sobre os objetivos a atingir com aquela turma e até com cada aluno. Ainda assim, ele precisa ser maleável, pois o resultado de uma aula é que vai levar ao realinhamento da próxima para chegar ao ponto desejado.”
3) Assistir colegas exemplares
Durante 10 anos, o educador norte-americano Doug Lemov observou e filmou professores com bons resultados em diferentes contextos. O material inspirou o livro “Teach Like a Champion”, traduzido no Brasil como “Aula Nota 10” e é base da Escola de Educação Relay. Em visita ao Brasil a convite da Fundação Lemann para o seminário Líderes em Gestão Escolar, o diretor da escola, Norman Atkins, defendeu a observação destes colegas. “Todos temos exemplos, a intenção não é copiar este professor, mas analisar a técnica dos bons educadores e verificar o que é aproveitável”. A palestra completa está disponível no site da Fudanção. Assista abaixo uma das professoras filmadas:
Durante 10 anos, o educador norte-americano Doug Lemov observou e filmou professores com bons resultados em diferentes contextos. O material inspirou o livro “Teach Like a Champion”, traduzido no Brasil como “Aula Nota 10” e é base da Escola de Educação Relay. Em visita ao Brasil a convite da Fundação Lemann para o seminário Líderes em Gestão Escolar, o diretor da escola, Norman Atkins, defendeu a observação destes colegas. “Todos temos exemplos, a intenção não é copiar este professor, mas analisar a técnica dos bons educadores e verificar o que é aproveitável”. A palestra completa está disponível no site da Fudanção. Assista abaixo uma das professoras filmadas:
4) Circular pela sala
Entre as técnicas que estão no vídeo e que foram tabuladas pela Relay como ponto em comum dos professores de sucesso está a circulação dos educadores. Eles não ocupam só a frente da sala, mas passeiam para ganhar mais atenção da turma e ter certeza de quem realmente está participando. Com isso, aproximam-se dos alunos e inspiram neles a sensação de que estão sendo cuidados.
Entre as técnicas que estão no vídeo e que foram tabuladas pela Relay como ponto em comum dos professores de sucesso está a circulação dos educadores. Eles não ocupam só a frente da sala, mas passeiam para ganhar mais atenção da turma e ter certeza de quem realmente está participando. Com isso, aproximam-se dos alunos e inspiram neles a sensação de que estão sendo cuidados.
5) Equilíbrio na participação dos alunos
De acordo com estudos da mesma instituição, os professores que falam 99% do tempo não têm bons resultados de aprendizado. Da mesma forma, em uma sala em que só os alunos falam, por estarem trabalhando com pouca supervisão ou porque o professor não consegue a atenção, não há boa aprendizagem. “Nossas pesquisas apontam que o melhor ponto é 43% para o professor e o restante para os alunos falarem ou pensarem nos exercícios”, diz Atkins.
De acordo com estudos da mesma instituição, os professores que falam 99% do tempo não têm bons resultados de aprendizado. Da mesma forma, em uma sala em que só os alunos falam, por estarem trabalhando com pouca supervisão ou porque o professor não consegue a atenção, não há boa aprendizagem. “Nossas pesquisas apontam que o melhor ponto é 43% para o professor e o restante para os alunos falarem ou pensarem nos exercícios”, diz Atkins.
6) Tempo para as respostas
Uma das principais práticas que diferenciam os professores filmados é a forma de elaborar questões. De acordo com o estudo, os melhores professores fazem as questões mais rigorosas e desafiadoras para manter os alunos constantemente pensando. Em outro vídeo, Lemov explica como o simples controle do tempo para resposta pode gerar aprendizado. “É um paradoxo, quanto mais tempo o professor perde esperando que os alunos estejam prontos, mais tempo de aprendizado ele ganha”. Assista:
Uma das principais práticas que diferenciam os professores filmados é a forma de elaborar questões. De acordo com o estudo, os melhores professores fazem as questões mais rigorosas e desafiadoras para manter os alunos constantemente pensando. Em outro vídeo, Lemov explica como o simples controle do tempo para resposta pode gerar aprendizado. “É um paradoxo, quanto mais tempo o professor perde esperando que os alunos estejam prontos, mais tempo de aprendizado ele ganha”. Assista:
7) Incentivar a pesquisa e evitar cópias
Trabalhos feitos com ajuda do computador podem conter pesquisas mais elaboradas e aumentar o envolvimento dos estudantes com os temas. Para evitar as temidas cópias, o coordenador de informática educativa do Colégio Ari de Sá, Alex Jacó França, indica a atuação em duas frentes. A primeira é simples: colocar trechos suspeitos nos buscadores da internet e verificar se não são encontradas publicações iguais. “É importante que o professor saiba checar isso e encontrar as fraudes”, diz. Neste caso, deve-se lidar com o problema como se fazia com a cola. A segunda ação do docente deve ser incentivar vídeos, peças interativas e formas de expor que privilegiam a criatividade e dificultam o uso de material alheio. “Os estudantes querem trabalhar isso, o professor que dá esta abertura ganha pontos.”
Conhece uma prática didática que tem bom resultado e não é matéria do curso
universitário ou da formação interna? Conte o que você ou seu professor faz no
espaço para comentários no fim desta página.
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